Fila de cirurgia no Walfredo diminui, mas ainda preocupa

Um dos gargalos do sistema de saúde pública no Rio Grande do Norte, a lista de pacientes à espera de cirurgias eletivas de ortopedia (com hora e dia marcados) está diminuindo no Hospital Walfredo Gurgel (HWG), unidade de referência em emergência e urgência do Rio Grande do Norte, mas que estava servindo de porta de entrada para cirurgias ortopédicas daquela natureza. A lista, que no início deste ano chegou a 100 pacientes, praticamente zerou. 


fotos: aldair dantasMesmo com melhora no atendimento, ainda existem filas do HWGMesmo com melhora no atendimento, ainda existem filas do HWG
Ontem à tarde, oito pacientes aguardavam encaminhamentos para se submeter a uma cirurgia, como a dona de casa Gonçala Oliveira de Souza, que sofreu fratura do braço direito ao ser atacada por um cão em Barcelona, na região do Potengi. “Hoje já saíram bem uns três ou quatro pessoas”, animou-se ela, com a possibilidade de ser cirurgiada à noite ou ainda hoje no Hospital Médico Cirúrgico (HMC), em Petrópolis.

Dona Gonçala Oliveira conta que chegou ao HWG na terça-feira, dia 22. “Estou sendo bem atendida, de duas em duas horas vem gente me ver e passar injeção e remédio”, disse ela, que completou, apesar de estar numa maca no corredor, ao lado de pacientes com outras enfermidades: “Não podia ser melhor, porque é gente demais para ser atendida numa hora só”.

Coordenador de Ortopedia na saúde pública estadual, o médico Jean Valber Rodrigues disse que para diminuir a fila de espera foram tomadas algumas medidas  de curto prazo, como foi a compra emergencial de insumos, placas e parafusos por exemplo, que estavam faltando no Hospital Deoclécio Marques Lucena, que realizava uma média de 40 a 50 cirurgias ortopédicas por mês, e onde começou a faltar material já no fim do ano passado.

Outras medidas apontadas por Rodrigues foram o fechamento da escala de plantão com ortopedistas no Hospital Tarcísio Maia (HTM), em Mossoró - “lá tinha dia que não havia um ortopedista de plantão” - e elevar de dois para quatro o número de plantonistas de ortopedia no HWG.

O ortopedista Jean Rodrigues conta que os problemas  e a fila de espera por cirurgias ortopédicas começaram a se avolumar com o fechamento do Itorn, um hospital privado que chegou a fazer uma média de 20 cirurgias ortopédicas em Natal. Com isso, só dois hospitais privados, e conveniados, ficaram realizando esse tipo de cirurgia: Memorial e Hospital Médico Cirúrgico.

Lista de espera, que já chegou a 100 nomes, ontem tinha nove

Segundo Rodrigues, a lista de espera até antes de 1º de fevereiro de 2011, quando assumiu o cargo na Sesap, chegou a ser de 100 pacientes. No começo de fevereiro era de 73 pacientes e no começo de março era de 60 pessoas.

Com essas medidas emergenciais, explicou Rodrigues, acabou-se com o problema da lista de espera por cirurgia, considerando que “um fluxo de cinco a dez pessoas é dentro da normalidade”.

Ele também considerou importante para “zerar” a fila de espera, a contratação pela prefeitura de Natal da Clínica Paulo Gurgel, em Capim Macio.

Como medidas de médio prazo, Rodrigues informou que o governo deverá abrir atendimento cirúrgico de ortopedia em Pau dos Ferros, Assu e Caicó, “porque em Currais Novos o Hospital Regional já vinha prestando um bom atendimento”. Depois, nas próximas semanas, garantiu, a Sesap deverá estar fazendo um pregão eletrônico, com a finalidade de comprar insumos ortopédicos para um período de quatro anos: “O que formos usando, vai se pedindo mais à indústria”.

De longo prazo, segundo ele, o governo pretende transformar, dentro de um ano, o Hospital Deoclécio Marques em unidade de referência em cirurgias ortopédicas, inclusive dotando-o com UTIs específicas para a ortopedia, coisa que não existe atualmente naquele hospital, mas que em virtude das medidas de curto prazo, já pode realizar até 200 cirurgias por mês.
TN online.

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