Primeira da fila para ver Alencar diz que ele é 'exemplo de ser humano'


Neise Azevedo, 78 anos, chegou por volta das 9h na Praça dos Três Poderes.
Uma longa fila já se forma no Palácio do Planalto para adeus a José Alencar.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
A aposentada Neise Azevedo na fila do velório de José Alencar (Foto: Mariana Oliveira/G1)A aposentada Neise Azevedo, primeira pessoa na fila
do velório de José Alencar (Foto: Mariana Oliveira/G1)
Primeira pessoa da fila de populares que estão no Palácio do Planalto para se despedir do ex-vice-presidente José Alencar, a aposentada Neise Azevedo, de 78 anos, disse estar muito emocionada em participar da despedida.
"Para mim, é um exemplo de ser humano, homem honesto. Foi uma honra para o Brasil ter ele como vice-presidente. Era exemplo para todos os brasileiros. É muito emocionante para mim estar aqui porque eu conhecia a esposa dele, frequentávamos o mesmo clube", disse a aposentada.
Alencar, de 79 anos, morreu às 14h41 desta terça-feira (29), em razão de câncer e falência múltipla de órgãos, segundo informou o Hospital Sírio-Libânes,
Fila
Uma longa fila se formou no Palácio do Planalto para o último adeus a Alencar em Brasília. Os populares aguardam a liberação da entrada no velório. Desde 9h da manhã um grupo de pessoas já começou a chegar à Praça dos Três Poderes. Por volta de 11h, seguranças da Presidência começaram a levar as pessoas para formar uma fila em frente ao Planalto.
Homem com faixa no velório de José Alencar (Foto: Mariana Oliveira/G1)Fernando Fernandes, em frente ao Palácio do
Planalto, com faixa em homenagem a José Alencar.
(Foto: Mariana Oliveira/G1)
Um homem que segurava uma faixa em homenagem a Alencar na Praça dos Três Poderes também aguarda na fila para entrar no velório. Fernando Fernandes, atualmente desempregado, chegou a chorar ao falar de Alencar. A faixa dizia: "Exemplo de caráter, fé e humanidade". Ele não conseguiu entrar com a faixa na fila.
"É uma perda para o Brasil. Perdemos um homem que era um marco na vida pública, Se todos seguissem o exemplo dele, de não ser corrompido...", disse Fernandes.
Praça dos Três Poderes
O líder indígena Neildo Ribeiro, 47 anos, da etnia Fulni-ô, chegou cedo à Praça dos Três Poderes. Ele veio de Pernambuco para uma reunião da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília. "Ele era um homem inteligente, um homem verdadeiro. Era honesto. Sempre dizia que ia vencer a luta contra o câncer. Falava que era do campo e estava acostumado a montar em cavalo bravo", disse Neildo.
Dois irmãos do Sul do Ceará, que estavam em Brasília a negócios, também aguardavam na Praça dos Três Poderes. "Era um símbolo de honestidade. A maioria dos políticos não faz o que ele fazia", disse o irmão mais velho Francinaldo Dantas, 41. O mais novo, José Carlos Dantas, de 33 anos, completou que a alegria de Alencar impressionou a todos: "O que nos chamou a atenção foi a luta dele, pela questão da taxa de juros. Questionava o próprio governo a que pertencia. Vi que ele lutava para melhorar o país", completou.
As amigas Maria Izilda Baccarin, de 51 anos, e Rita de Cássia Santos Avelar, de 52, queriam se despedir do ex-vice. "Para mim, o legado que ele deixa é a honestidade", afirmou Maria Izilda. Já para Rita, o destaque foi o combate à doença. "A luta para sobreviver foi o que mais me marcou. Vim ver Alencar como pessoa, não como político."
O aposentado José Francisco da Rocha, de 70 anos, disse que Alencar deixa um exemplo para todos os brasileiros. "Ele foi um herói. Como pode a pessoa passar por 18 cirurgias e sobreviver? O homem tinha um coração de leão."
DO G1

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