Avenidas recordistas em acidentes

A avenida Engenheiro Roberto Freire — interliga a BR 101 ao bairro de Ponta Negra e acesso às praias do litoral sul — continua liderando as estatísticas de acidentes de trânsito em Natal e Parnamirim, segundo levantamento feito nos últimos três meses e meio pelo Comando de Polícia Rodoviária Estadual.


emanuel amaralEngenheiro Roberto Freire é recordista em acidentes e, segundo a polícia, maioria por desatençãoEngenheiro Roberto Freire é recordista em acidentes e, segundo a polícia, maioria por desatenção
Na antiga estrada de Ponta Negra, como é conhecida popularmente, ocorreram 159 acidentes entre janeiro e 15 de abril deste ano, sendo que o maior número ocorreu em fevereiro, com 42 sinistros.

Segundo o CPRE, a segunda avenida mais perigosa de Natal é a avenida João Medeiros Filho, também chamada de “estrada da Redinha”, na zona Norte da capital, com 141 acidentes nos últimos 105 dias, seguida da avenida Prudente de Morais, com 134 e depois as avenidas Hermes da Fonseca/Salgado Filho, com 114.

Essas avenidas concentram boa parte do fluxo de veículos que trafegam na capital diariamente. As estatísticas da Polícia Rodoviária Estadual apontam, portanto, que o maior número de acidentes ocorrem nos quatro principais corredores de trânsito, que ligam um lado a outro da cidade, principalmente à zona Sul.

O chefe do Setor de Tráfego do CRPE, tenente PM Tony Swamarn Vale Castro, disse que o maior número de acidentes “ocorrem em sinais e são colisões posteriores” — aquelas em que um veículo bate na traseira de outro. Segundo ele, esse tipo de acidente “corresponde a 46% dos casos”.

Há ainda a tendência de aumentar em período de inverno, como agora, aliado à desatenção dos motoristas quanto à observação das regras de trânsito, como guardar uma certa distância regulamentar de um veículo para outro ou dão marcha-ré na saída de uma via, sem prestar atenção que pode vir outro carro em sentindo contrário.

A tudo isso, acrescenta o tenente Castro, soma-se o fluxo cada vez maior de veículos nos principais eixos de ligação entre as quatro zonas da capital e de acesso e saída para outros estados e interior, a partir das rodovias federais.

Na avenida Engenheiro Roberto Freire, que há cerca de um ano passou por intervenções, como o fechamento de alguns retornos, os motoristas reclamam do estreitamento das faixas e sugerem também a instalação de semáforos sequenciais.

CPRE registra, em média, 30 boletins por dia

O CPRE registra 30 boletins de acidentes de trânsito por dia. Os pareceres sobre culpabilidade e responsabilidade pelas causas do acidente saem em 15 dias. “Vamos trabalhar para diminuir esse prazo para seis dias”, disse o tenente Tony Swamarn Vale Castro, depois que o CPRE for transferido, em breve, para um local maior e mais confortável na avenida Coronel Estevam, antiga avenida 9, no Alecrim, inclusive com a melhoria de equipamentos de informática.

Em casos de acidentes, o tenente Castro recomenda que os motoristas envolvidos telefonem para o número 190, do Centro Integrado de Operações (Ciosp) da Polícia Militar, que aciona uma dupla de PMs em motocicletas para realizar a perícia e o levantamento de praxe exigidos para a lavratura do Boletim.

Ele explica que outro serviço prestado aos motoristas em parceria com o Juizado Especial de Pequenas Causas, permite que questões de trânsito sejam resolvidas no local do acidente. “Só não atendemos quando existem vítimas no acidente, pessoas feridas ou mortas e nem acidentes envolvendo veículos oficiais”, continuou o oficial, que admitiu existirem, atualmente, apenas oito viaturas para atender a demanda em Natal, com 11 duplas de PMs de motos.

Apesar da colocação de semáforos ao longo da avenida para regular o trânsito, na Engenheiro Roberto Freire alguns instrumentos, como a lombada eletrônica em frente ao Banco do Brasil, no sentido de quem vai para a Ponta Negra, continua quebrada. Apenas o redutor de velocidade do lado de quem vai para o centro da cidade, limitado a 50 quilômetros por hora, ainda funciona.

Com as chuvas, também tem aumentando o número de buracos no leito de algumas ruas e avenidas da cidade, o que, admite Castro, contribui para o crescimento do número de acidentes: “As pessoas vão desviar dos buracos e, muitas vezes, o veículo ao lado está num ponto ‘cego’ do retrovisor”.


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