Brasil recupera drible para vencer 1º clássico


Foi preciso voltar a driblar para vencer um clássico. A seleção brasileira derrotou a Argentina anteontem, em Belém, graças à principal característica de seus jogadores mais jovens, notadamente Neymar e Lucas, 19.
Brasil recupera drible para vencer 1º clássico
Mano prevê folga para Neymar e faz elogio a Lucas
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Na vitória por 2 a 0 no Superclássico das Américas, o Brasil tentou 26 dribles.
A média da era Mano Menezes até então era muito inferior: 17 fintas por partida, segundo o Datafolha.
Esse número é bem semelhante ao que o time nacional apresentava no período em que foi treinada por Dunga, entre 2006 e o ano passado.
Com o antecessor de Mano no comando, a seleção adotou um estilo pragmático e objetivo, com média de 16,4 dribles por jogo. Com Parreira, esse índice era de 26,2.
Contra a Argentina, no gramado ruim do Mangueirão, o atacante do Santos foi quem mais tentou jogadas individuais. Neymar arriscou dez dribles e acertou oito.
Para o técnico Mano Menezes, a boa atuação teve a ver com o "ambiente favorável" encontrado em Belém.
"Tudo o que lá em Córdoba esteve contra aqui esteve a favor", declarou o treinador da seleção brasileira.

Evaristo Sá/France Presse
Neymar tenta driblar o lateral Pillud, em Belém
Neymar tenta driblar o lateral Pillud, em Belém
No primeiro jogo do confronto contra os argentinos, Mano escalou veteranos como Kléber, 31, e Renato Abreu, 33, para suportar a pressão de jogar no país rival.
"Lá era mais difícil. Escolhemos jogadores mais acostumados a lidar com esse tipo de situação", disse Mano. "Aqui, sabíamos que seria possível ter mais controle sobre a partida desde o início."
A primeira vitória de Mano Menezes sobre um adversário tradicional do futebol mundial também se deu graças à eficiência do Brasil.
O time de Mano finalizou menos do que a Argentina: oito vez, contra dez chutes a gol dos arquirrivais. "Até tivemos mais oportunidades, mas não há como negar que o Brasil foi superior o tempo todo", declarou o treinador argentino, Alejandro Sabella.
A seleção também trocou bem menos passes do que o habitual para chegar ao gol do adversário. Foram 291 no jogo, contra uma média de 463 nas 15 partidas anteriores com Mano no banco.
Foi a melhor atuação da seleção brasileira desde que o técnico assumiu, há mais de um ano. Apesar disso, Mano nem cogita a possibilidade de desprezar os "europeus" e jogar mais vezes apenas com atletas que atuam no Brasil, como nos dois duelos do Superclássico das Américas.
"Os clubes da Europa, que têm mais dinheiro, escolhem os melhores daqui para levar. Seria ingenuidade abrir mão dos que estão fora", disse. "Até gostaria de contar com mais jogadores que estão no Brasil, mas também não quero prejudicar os clubes e o Campeonato Brasileiro."

folha de sp

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