Bullyng: a destruição da alma e da autoestima

Por Davis Sena Filho - editor do Portal do Blog da Dilma — Blog Palavra Livre

 

O bullying infantil e infanto-juvenil se tornou um processo tão polêmico e preocupante que já é considerado uma questão de saúde pública, de segurança social, quando não caso policial, que ocorre, principalmente, nas escolas municipais, estaduais e particulares, além de ser um problema que acontece nas famílias, ou seja, existe também o bullying doméstico — este mais complexo e silencioso —, porque é vivenciado dentro dos lares.

A verdade é que o bullying sempre existiu em todos os tempos e se pronunciou em todas as gerações. Acontece que, com a democratização do País e a facilidade  de acessar os meios de comunicação e de informação, a consciência crítica da sociedade civil não permite mais e não aceita que, nas escolas, crianças e adolescentes travem uma guerra sem trégua e de ordem moral e social, que é o bullying, palavra inglesa que significa, em português, assédio moral, covardia, intolerância, desrespeito, violência física e degeneração das relações humanas ainda na idade da puberdade.

 

Creio que debater o bullying é uma ação muito importante por parte da sociedade. Afinal, todos nós sabemos que pessoas vítimas desse cruel processo de desmoralização do indivíduo sentirão os reflexos dessa violência quando na idade adulta. Mas, antes de o estado e a sociedade civil combaterem o bullying, e, por conseguinte, fazer campanha de conscientização para que as crianças e adolescentes entendam que infernizar a vida dos outros corresponde à tortura psicológica e física, necessário se torna que os pais saibam o que seus filhos — os que praticam o bullying — tem cometido na escola, para, posteriormente, deixar claro que não aceitam, em qualquer hipótese, que estudantes tenham uma má conduta por praticar ações que remetem à selvageria, à crueldade e, por que não, à infâmia.

É inaceitável que pessoas que vão à escola para aprender e se educar se tornem verdugas de seus colegas de classe. É inaceitável que escolas e seus diretores e professores e principalmente os pais se tornem omissos, com o propósito de não se envolver com suas responsabilidades que é a de formar futuros cidadãos compromissados com a cidadania, para que possamos ter uma sociedade democrática, justa e solidária. Bastam os crimes cometidos por criminosos que tiranizam a sociedade civil brasileira. Os problemas sociais são tantos e tão diversificados que não é possível que crianças e adolescentes se dirijam às suas escolas para desrespeitar àqueles que pretendem estudar e viver em paz.

 

Os governantes e a sociedade civil organizada têm de, urgentemente, fazer uma campanha institucional para combater o bullying, inclusive na televisão. Os prejuízos para a sociedade são imensos, porque as vítimas de violência e humilhações se tornam pessoas inseguras, que não conseguem produzir como deveriam, bem como vencer as etapas da vida com mais tranquilidade e concentração. A campanha publicitária sobre o bullyng é uma solução muito importante, além de, evidentemente, da participação dos pais no que se refere a conscientizar os filhos que teimam em se conduzir de forma equivocada, no que tange às suas atitudes nada civilizadas e, obviamente, desrespeitosas.

Portanto, considero a propaganda contra o bullying nos meios de comunicação uma forma importante de abrir espaço para que possamos pôr o dedo na ferida e, consequentemente, abrirmos um leque de sugestões, opiniões e decisões no sentido de podermos combater o bullying, que é uma doença social e como tal deve ser combatida. Educadores, pedagogos, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, políticos e a sociedade têm de encontrar soluções para que o bullying não se torne um fator perverso entre os alunos, o que causa sérios transtornos à sociedade, no presente e no futuro. Mas, volto a ressaltar: os pais são os principais atores do processo de combate ao bullying, que é a destruição da alma e da autoestima. É isso aí.

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