Sem lucros, suinocultores desistem da atividade em MT

Welington Sabino, repórter do GD
Suinocultores de Mato Grosso estão desistindo da atividade devido a baixa nos preços praticados no Estado. O valor de R$ 1,75 pago pelo quilo do suíno aos criadores, é atualmente, o mais baixo do país e tem tornado inviável a criação de animais, uma vez que o valor do milho e da soja usados para alimentar os animais aumenta constantemente. “Já o quilo do suíno só apresenta queda”, lamenta o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion, enfatizando que mesmo com a aprovação de linha de crédito na semana passada, alguns suinocultores já desistiram e o setor entrou em colapso.
Conforme a categoria, a baixa dos preços resultou no fechamento de várias granjas e muitas outras estão à beira da falência. “Os suinocultores passam pela pior crise da história”, informam comparando o preço praticado em Mato Grosso com São Paulo que comercializa a R$ 2,05 e Minas Gerais (R$ 2,20). Ao fazer tal comparativo os suinocultores avaliam que a produção se tornou insustentável porque o produtor mato-grossense gasta em média R$ 2,25 com custos de produção do animal, uma desvalorização de aproximadamente 30% na venda.
Um dos motivos para o colapso é a dificuldade de comercialização da carne suína porque o consumo no mercado interno e a queda nas exportações ocasionaram a queda no valor pago. “ Uma das alternativas para acabar com o colapso é a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). A suinocultura precisa do apoio do governo federal e Estadual para voltar a ser uma atividade promissora”, pondera Paulo Lucion.
Mesmo com a adesão da linha de crédito especial aprovada na última sexta-feira (15) pelo Conselho Deliberativo do Fundo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/FCO), os suinocultores não estão conseguindo desenvolver as atividades. A medida garante a retenção das matrizes e abertura de crédito de custos para o suinocultor, com uma carência maior para pagar.
Empresário Jackson Luiz Dulnik, que possui uma propriedade em Sorriso (a 420 km de Cuiabá) é um dos produtores que já abandonaram a atividade. “Eu comprava leitões para a engorda, mas infelizmente o preço do suíno está muito baixo. Estou tendo muito prejuízo, pois tenho gastos com a alimentação do animal e na hora de vender o preço não é valorizado”, explicou. De acordo com o presidente da Acrismat, a linha de crédito ameniza o colapso, porém não acaba com a crise. “Embora tenhamos conseguido o crédito, de nada adianta se o preço da produção continuar maior que o da venda do quilo do suíno. Com essa fórmula, nós vamos continuar perdendo”. (Com Assessoria)

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