Jornada Nacional de Formação para o Combate ao Racismo


Etapa nacional promoveu reflexões sobre a questão racial no Brasil e no PT, além de preparar as bases para a realização da jornada nos estados e municípios
                      
Foto por Richard Casas
A Jornada Nacional de Formação para o Combate ao Racismo realizada no início de dezembro, em São Paulo, encerrou 2012 com chave de ouro. A etapa nacional foi elaborada e conduzida pela Escola Nacional de Formação e pela Secretaria Nacional do Combate ao Racismo e contou com mais de 100 participantes de todos os estados. O grupo foi composto por dirigentes nacionais e estaduais e militantes do PT sobre a questão racial, além de secretários/as estaduais de formação e gestores/as de formação.
Essa etapa de formação teve como intuito preparar todos para iniciar a jornada nos estados e municípios, fortalecendo a construção de uma política nacional de combate ao racismo em que sejam garantidas três dimensões importantes: como tarefa política de todos os setores progressistas da sociedade brasileira; com capilaridade potencial para desenraizar o modelo estruturante do racismo à brasileira; e com a abordagem histórica do nosso ideário, baseado na perspectiva do socialismo democrático.
A troca de informações e experiências entre os participantes foi apoiada nos conteúdos selecionados e elaborados por militantes petistas especialistas no tema. Nesta etapa, a formação foi composta pelas seguintes abordagens: “O capitalismo e a escravidão”, “Uma perspectiva de esquerda na luta antirracista”; “O PT e a questão racial”; e “A luta contra o racismo e a construção do Socialismo Democrático”.
Tais conteúdos estão disponibilizados no portal da ENFPT – www.enfpt.org.br –, em texto navegável e áudio, complementados por um acervo documental e audiovisual apresentado de forma estimulante em duas linhas do tempo que facilmente recuperam a história da luta dos negros e negras no Brasil e do PT.
A partir de 2013, todos os estados organizarão as suas jornadas, buscando todos(as ) os(as) petistas para que se integrem na luta contra as desigualdades.
Clique aqui para acessar a Jornada Nacional de Formação para o Combate ao Racismo online (área restrita).

Confira trechos de depoimentos sobre a Jornada


Antelina Leomar Ott – Coletivo Nacional de Combate ao Racismo
“Hoje, muitas pessoas falam de combate ao racismo, e nós temos, então, reforçado mais os instrumentos para que as pessoas possam encarar de fato que é um momento de parar com o racismo. É o momento de dar o basta para dar mais qualidade de vida às pessoas que dependem de uma sociedade mais organizada, mais democrática e mais equitativa.”



Cida Abreu – Secretária Nacional de Combate ao Racismo

"Para nós, [a Jornada] é um momento de celebração, porque reúne intelectuais negros do movimento, intelectuais negros do Partido dos Trabalhadores, os veículos de formulação do Partido dos Trabalhadores, para proporcionar para a militância do PT e para o PT como um todo – porque tem que ficar claro que essa Jornada não é só para os negros do PT, é para o Partido dos Trabalhadores como um todo – o que significa ser negro e militar combatendo o racismo na sociedade brasileira, a partir do campo da esquerda.”





Carlos Aluizio (Cuca) – Coletivo Nacional de Combate ao Racismo


“No Brasil, ele [o capitalismo] é estruturado a partir dos lucros do escravismo colonial. Então, a gente não pode dissociar o capitalismo do racismo, porque o racismo é a justificação moral, religiosa e ideológica da escravidão. (...) O racismo faz parte do tráfico de escravos, e o tráfico de escravos financia o capitalismo. Para os petistas, o PT se define como partido socialista e democrático. Então, é tarefa de todos os petistas combater o racismo, porque a partir do combate ao racismo se combate o capitalismo.”





Gilberto Leal – Coletivo Nacional de Combate ao Racismo


“A perspectiva de esquerda é algo, para mim, intrínseco à luta contra o racismo no mundo inteiro. Não faz sentido e é incoerente qualquer pessoa, negra ou não negra, que queira protagonizar uma luta contra o racismo, que possa ir pelo viés de uma posição de direita, capitalista, por uma posição neoliberal. (…) Então hoje, em qualquer parte do mundo, quem vem dessa matriz revolucionária e libertária, de expulsar o colonizador, de combater o colonialismo, de combater todo o processo de exploração da população negra no mundo, tem que vir por um viés antirracista de esquerda.”





Ivonei Pires – Coletivo Nacional de Combate ao Racismo


“O PT, como um partido plural, tem as mais diversas formas de se organizar em todas as frentes de luta, seja na questão das mulheres, da juventude, meio ambiente e também a questão racial. E da questão racial é importante ressaltar que a contribuição que os movimentos sociais teve no papel histórico de construção da democracia brasileira foi de fundamental importância para que o PT também se transformasse em um partido que tem como ponto principal e como foco o combate ao racismo na via institucional. (…) Então, quando o PT faz esse debate em relação à questão racial, é importante porque a gente precisa deixar para as gerações futuras que essa é uma luta que precisa englobar todos os participantes da sociedade brasileira.”





Rui Falcão – Presidente do PT


“Um fato positivo que aparece nas estatísticas dos últimos dados do IBGE é o crescimento da renda, das oportunidades para negros e negras, ainda muito pequeno, mas um avanço relativo, como resultado das políticas de igualdade racial promovidas pelo governo Lula e, agora, pela presidenta Dilma. Isso mostra que o nosso papel nas políticas públicas e o papel que o PT vem cumprindo produz resultados, e é fruto também da luta dos negros e negras em defesa da igualdade no nosso País. (…) Nós temos que continuar participando para que se construa efetivamente igualdade no nosso País, não só para melhor formação da nossa militância, para incentivar mais ainda a luta contra o racismo em busca da igualdade racial, mas para o avanço coletivo do nosso partido, já que esse é o intuito dessa integração de toda a militância e não apenas da militância de negros e negras.”



Selma Rocha – Membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo e Diretora da ENFPT

“O objetivo da Jornada é constituir um espaço de reflexão sobre toda a produção política do Partido dos Trabalhadores em relação à questão racial no Brasil e alimentar a ação do conjunto do partido, não só dos negros e negras do PT, na defesa da superação dos processos de discriminação e afirmação de políticas que possam conduzir à emancipação social, cultural dos negros e negras do País. (…) O resultado prático é uma publicação sobre a questão racial no Brasil, que analisa a produção política do PT no passado; uma linha do tempo no Portal da Escola Nacional de Formação, que busca resgatar um conjunto de elementos da nossa história e da história da questão racial no PT e do PT; e também uma exposição virtual de cartazes, que é a forma que encontramos de resgatar a cultura material da questão racial no PT.”
Clique aqui para acessar o vídeo com os depoimentos na íntegra.
Fonte: ENFPT

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