'Ansioso, mas confiante', diz defesa sobre goleiro Bruno antes do júri


Lúcio Adolfo na tarde desta sexta (1°), no Fórum de Contagem. (Foto: Pedro Cunha/G1)
O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Lúcio Adolfo, disse aoG1 na tarde desta sexta-feira (1º), na porta do Fórum de Contagem, que o atleta está “ansioso, mas tranquilo e confiante”, para o júri popular que começa na próxima segunda-feira (4). O defensor contou que esteve com o atleta nesta manhã. Bruno e a ex-mulher são julgados pela morte de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho da jovem. O júri será na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Outras três pessoas ainda serão julgadas pelos crimes. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, será julgado em 22 de abril. Em 15 de maio, será o júri de Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha. O amigo do goleiro, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, já foi condenado a 15 anos de prisão, sendo 12 em regime fechado. A ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro, também foi condenada a cinco anos de prisão em regime aberto. Para a Justiça, Eliza foi morta no dia 10 de junho de 2010, por asfixia mecânica. O corpo nunca foi encontrado.
O advogado ainda criticou a atuação do promotor Henry Wagner. Segundo Lúcio Adolfo, o promotor tem agido de forma contraditória em relação a quem seria o autor da execução de Eliza. “Na realidade, ele não sabe pra onde vai. Uma hora ele acha que foi o Bola que matou a Eliza Samudio. Agora já acha que é o Zezé. Daqui uns dia já está dizendo que pode ser o Gilson Costa [os dois últimos são policiais investigados em procedimento paralelo da polícia]. O promotor deu uma entrevista semana passada para a Globo, dizendo que vai processar o Zezé pelos mesmos crimes do Bola, do Macarrão. O promotor ofereceu denúncia baseado nas palavras do menor [Jorge Juiz Rosa], depois chama o menor de mentiroso”, descreveu.Questionado se Bruno está preocupado com o julgamento, ele disse que, particularmente, não. “Mas a situação é toda preocupante”, falou Lúcio Adolfo. “Vamos enfrentar a acusação como vier. Estou bastante tranquilo a respeito disso aí, porque  a acusação está muito instável”, completou.
Adolfo também criticou a existência de uma investigação recente, feita pela Polícia Civil, sobre um possível envolvimento de outros dois policiais na morte de Eliza. José Lauriano Assis Filho e Gilson Costa tiveram intensa troca de telefonemas com Bola e Macarrão no dia que a Justiça considera ser o da morte de Eliza. “A gente tem sido surpreendido por questões que não têm nem como entender. No curso do processo, me aparece um processo novo. Você já imaginou isso? Você vai julgar o Bruno sabendo que a investigação não terminou”, disse.
Lúcio Adolfo falou que não trabalha com a possibilidade de Bruno já estar condenado. “Vou esperar ele [o promotor] provar o que ele disse que vai provar. Que o Bruno mandou matar Eliza Samudio. Vou aguardar isso. É só o que eu quero fazer”, encerrou o advogado.
O Ministério Público informou que o promotor não vai se manifestar antes do julgamento.
do G1

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