Não há chance de cardeais votarem 'em bloco', diz presidente da CNBB


Dom Raymundo cumprimenta Bento XVI (Foto: Reprodução/TV Globo)
A possibilidade de os cardeais combinarem votos "em bloco" no conclave para eleger o próximo Papa é considerada uma imprudência por Dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um dos representantes do Brasil aptos a escolher o novo líder da Igreja Católica após a renúncia do Papa Bento XVI.

Em entrevista ao G1, Dom Raymundo disse não haver até o momento um clima de tensão entre os cardeais presentes no Vaticano e que não há uma agenda oficial prevista para este fim de semana, que antecede as reuniões pré-conclave, previstas para terem início na segunda-feira (4), a partir das 9h30, hora local.

“Entre nós, brasileiros, não há nenhum compromisso ou jantar conjunto marcado, nem com outros cardeais. O que pode acontecer é, espontaneamente, alguém se encontrar”, disse.
De acordo com o cardeal brasileiro, nessas oportunidades é possível se informar de mais detalhes sobre aqueles que participarão do conclave. No entanto, ele ressalta que não significa uma reunião para combinar votos.

“Ninguém chega ao conclave com voto fechado, com grupo fechado para votar em uma pessoa. Ninguém tem essa presunção ou essa imprudência de chegar dessa maneira. Muitas informações, novos fatos e novos conhecimentos sobre os cardeais vão aparecendo, evidentemente, ao longo do processo de escolha do Papa, que se dá nas congregações gerais e durante o conclave”, explicou o cardeal ao G1.
Ninguém chega ao conclave com voto fechado, com grupo fechado para votar em uma pessoa. Ninguém tem essa presunção ou essa imprudência de chegar dessa maneira"
Dom Raymundo Damasceno, cardeal brasileiro e presidente da CNBB
Ainda sobre possíveis votos em bloco, Dom Raymundo disse que os cardeais “são completamente livres em suas decisões”.
Dom Raymundo também comentou sobre a expectativa de alguns cardeais em receber um resumo do dossiê sobre atividades irregulares ocorridas no Vaticano. “Alguma informação é necessária que tenhamos (...) é fundamental. Mas não significa que queiramos o documento”, explicou.

Pré-conclave
As congregações gerais que precedem o início do conclave para eleger o novo Papa, nas quais os cardeais eleitores irão definir os detalhes da eleição – e, mais importante, a data de seu início – serão iniciadas na próxima segunda-feira (4). A primeira ocorre às 9h30 no horário de Roma (5h30 no horário de Brasília), e a segunda, às 17h (13h de Brasília), segundo o Vaticano.

Além de Dom Raymundo Damasceno, outros quatro cardeais brasileiros representam o país durante o conclave que vai eleger o novo Papa. Os demais concorrentes e votantes são o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes, de 78 anos, Dom João Braz de Aviz, de 65, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, de 63, e o arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno.

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