Paralisação faz cariocas esperarem até 2h por ônibus na volta para casa


Ônibus lotados na Central do Brasil: demora chegou a duas horas (Foto: Gabriel Barreira/G1)Ônibus lotados na Central do Brasil: demora chegou a duas horas (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Com apenas 30 % da frota de ônibus circulando no Rio de Janeiro, os trabalhadores viveram um  drama na volta para casa, na noite desta sexta-feira (1º). Não bastasse o trânsito caótico, típico do último dia da semana, os cariocas tiveram que esperar até duas horas por um ônibus. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb) informou que a paralisação acontece até as 18h de segunda-feira (4), quando haverá uma nova assembleia para decidir os rumos do movimento.
A dona de casa Sara Siqueira saiu de Olaria, no Subúrbio, para o Centro. Corriqueiras a demora no embarque e a lotação do transporte público, ela só se deu conta dos efeitos da greve na volta para casa. Após mais de duas horas de espera, ela ainda não havia conseguido entrar em um ônibus da linha 392.Com o transporte público afetado, o carro se tornou a opção de muitos. MotoristasTáxi e vans, muitas vezes, cobravam preços abusivos aos passageiros. A quem nenhuma dessas opções era válida, por conta do trajeto das linhas ou de falta de dinheiro, a espera no ponto de ônibus foi amarga.
Rodrigo Silva Oliveira, morador de Niterói, sofreu com o trânsito (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Rodrigo Silva Oliveira, morador de Niterói, sofreu
com o trânsito (Foto: Gabriel Barreira/G1)
"A vinda até que foi tranquila, mas, na volta, meu ônibus passou três vezes. Todos lotados e não deu nem para entrar. Estou esperando o quarto. Já estou há mais de duas horas esperando", protestou.
Para outros, embarcar não foi o principal problema. O caos no trânsito e o ônibus cheio foram as principais críticas de Rodrigo Silva Oliveira. "A Ponte estava uma titica", disse o morador de Niterói, na Região Metropolitana, ao se referir ao tráfego da manhã.
Apesar dos sacrifícios na viagem, ele pondera que a classe grevista sofre com as más condições de trabalho, mas, segundo ele, a categoria poderia encontrar uma outra via de protesto. "Cada um luta pelo que acha certo e pelo seu direito. Em compensação, atrasaram toda a cidade. É uma falta de respeito com o trabalhador", afirmou.
Retorno dos ônibus
A desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), decidiu em liminar, na tarde desta sexta-feira (1º), que 80% da frota das companhias de ônibus, que entraram em greve nesta madrugada, deve voltar a circular. O não cumprimento da determinação judicial acarreta multa diária de R$ 200 mil ao sindicato dos trabalhadores rodoviários, além do crime de desobediência.

Por volta das 21h, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus informou que ainda não havia recebido a notificação da Justiça. De acordo com Sebastião José, vice-presidente do sindicato, a categoria vai entrar com recurso judicial.
Segundo a decisão, a desembargadora reconhece o direito de greve da categoria,  mas argumenta que os ônibus devem atender a população para evitar mais uma tarde de caos, na volta para casa dos trabalhadores.
“A fim de se evitar a perturbação de danos irreparáveis à população dessa cidade e a implantação do caos, (.... ) defiro o pedido de liminar sucessivo”, escreveu Rosana Salim na sentença.

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