Ronco não é nada normal e pode acabar com qualquer relacionamento

Ronco esporádico pode ser consequência de cansaço ou consumo de bebida alcoólica, diz neurologista da Unifesp. Foto:Divulgação
Todo mundo sabe que o sono é essencial para o corpo descansar e recarregar as energias, mas na prática nem sempre isso acontece. Quem já experimentou uma ou várias noites mal dormidas por causa do ronco do parceiro, sabe que a falta de sono desencadeia uma série de incômodos físicos, como dor de cabeça, cansaço e mal humor. A sinfonia ininterrupta pode, inclusive, causar brigas entre casais e até a separação. Mas, será que roncar é normal? No Dia Mundial do Sono, comemorado nesta sexta-feira (14), os especialistas ouvidos garantem que não.
A neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que “quando o ronco é esporádico pode ser consequência de cansaço ou consumo de bebida alcoólica”.
“A partir do momento que o ronco se torna frequente e vira um transtorno na cama deve ser investigado. Este problema tem solução”.
Segundo o pneumologista Geraldo Lorenzi Filho, presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono), o ronco pode ser sinal de uma doença chamada apneia obstrutiva do sono, em que a pessoa tem paradas repetidas da respiração por alguns segundos durante a noite e recomeça a série de sons barulhentos.
“O ronco é mais comum no sexo masculino, na faixa etária dos 40 anos com sobrepeso ou obesidade”.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 40% da população mundial sofre de distúrbios do sono. Somente em São Paulo, estima-se que 33% das pessoas sejam acometidas pela apneia do sono — para cada três homens uma mulher sofre da doença, diz Dalva.
“Mulheres após a menopausa e com ovários policísticos tendem a roncar mais devido às alterações hormonais”.
Em longo prazo e sem tratamento, a apneia pode levar a doenças cardíacas e metabólicas. De acordo com Lorenzi, as pessoas não costumam admitir que roncam e, principalmente, que este é um problema médico. Para a neurologista da Unifesp, o paciente só procura ajuda médica por dois motivos: reclamação do parceiro ou mal-estar durante o dia.
“Além do cônjuge, quem ronca também não dorme bem. Durante o dia a pessoa costuma ficar cansada, sonolenta, irritada, depressiva, com falta de memória, diminuição da libido e até pressão alta”.
Segundo os especialistas, o diagnóstico de apneia é feito por meio de um exame chamado polisonografia, que gradua a gravidade da doença e ajuda na determinação do tratamento.  Em alguns casos, é preciso que o paciente use um aparelho chamado cpap, máscara que joga ar na garganta para que ela se mantenha aberta durante o sono e não emita som. Outras opções terapêuticas são aparelho intraoral e cirurgia.
Fonte:R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário