Para presidente do PT-RN, Gleisi irá potencializar diálogos

“O partido está unificado em torno de 2018 para que a gente possa sair ileso dessa caçada e garantir a candidatura de Lula”, afirma o novo presidente do PT do Rio Grande do Norte, Manoel Júnior Souto. Em entrevista à Agência PT, ele também saúda o 6º Congresso Nacional do Partido e a eleição da senadora Gleisi Hoffmann como nova presidenta do partido.

Militante político desde o fim dos anos 1970, Souto entrou para o partido em 1982. Em 1984 ingressou no que hoje é o Sindicato dos Professores de Natal e em 1990 foi eleito para um mandato de deputado estadual – primeiro do PT no Estado.

Júnior Souto compôs o diretório estadual nas últimas três gestões e no PED 2017 disputou com disputou Eliete Vieira, vencendo com ampla maioria. Atualmente ele também trabalha no escritório da senadora Fátima Bezerra.

Para Souto, a principal qualidade da nova presidenta do PT é a capacidade de mediação. “A eleição de Gleisi é importante por ela ser mulher e porque no aspecto político das forças que representa ela tem vantagem na mediação. Ela é uma personalidade que possibilita um ambiente mais favorável às mediações no partido.”

“Saudamos e vemos isso como elemento de positividade. Eu represento um conjunto de opiniões que são diferentes da dela, mas acredito que a eleição de Gleisi deve promover uma gestão mais ativa e uma presidência mais protagonista, que potencialize mais o diálogo com a sociedade”.

Gleisi é uma personalidade que possibilita um ambiente mais favorável às mediações no partido
Com relação ao 6º Congresso, Souto pondera que a reunião suscitou muitas expectativas. “Tivemos resoluções políticas que unificaram o partido. O Congresso não foi o ponto alto de um acúmulo no debate partidário, mas foi importante porque unificou a militância”, avaliou o presidente do PT-RN. “Ficou claro que temos um longo caminho na superação das nossas diferenças, que se resolvem por dentro e por fora.”

Com relação aos planos e desafios para o período que segue, Souto afirma que o PT do Rio Grande do Norte precisa enfrentar a subrepresentação do partido no estado e reconquistar a população no interior, mas celebra a crescente participação da juventude.

“O PT-RN tem evidentemente enormes fragilidades no seu aspecto organizativo. Temos uma representação subdimensionada para aquilo que o PT pode ser como partido. Temos uma senadora e um deputado estadual.”

“O partido realizou um PED que resultou na minha eleição com 64 municípios apenas. Tivemos eleições em outros períodos com o dobro desse número. Houve uma redução, mas tem um esforço, e isso constitui o maior desafio. A experiência da organização por polos teve eficiência e perdeu mobilidade. Na área sindical, a nossa inserção ficou reduzida em áreas como os sindicatos petroleiro e bancário, em que hoje temos uma expressão menos articulada.”

Júnior Souto destaca a disposição para a unidade que existe hoje no partido e o objetivo de eleger um deputado federal pelo estado, além de ampliar a representação na Assembleia Legislativa. “O partido vive um momento favorável para construir uma unidade. O PED refletiu essa disposição.”

“Do ponto de vista interno, há um relativo envelhecimento de parte das direções, mas por outro lado, temos um visível crescimento da inserção da juventude. A juventude do PT tem crescido, os diversos agrupamentos internos têm crescido, feito papel importante nas mobilizações de rua, na construção da Frente Brasil Popular.”

O partido vive um momento favorável para construir uma unidade
“Estou animado, achando que as dificuldades são superáveis, as dificuldades são graves, enormes, mas nossos parlamentares aqui não são alvos de qualquer denúncia que comprometa a imagem deles, são dos poucos parlamentares que transitam em qualquer ambiente.”

O presidente do PT-RN ainda afirmou que a senadora Fátima Bezerra começa a aparecer em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos para o governo do estado em 2018. “A nossa senadora Fátima sinaliza um sentido eleitoral para governo do Rio Grande do Norte”.

Ainda assim, as alianças não estão bem definidas por conta de um impasse com o PCdoB, que permanece no governo do PSD, que apoiou o golpe. “Mas nossa expectativa é estar junto do PCdoB nas eleições de 2018”, pondera Souto. Além disso, o atual prefeito, do PDT, foi da campanha de Dilma no Nordeste e possivelmente pode ser um aliado. “Esse arranjo político em desgaste não interessaria a ele”, explica Souto em referência ao cenário nacional.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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