Ambulatório atende mais de 3 mil pessoas em Natal

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Inaugurado há um ano em Natal, o  Ambulatório de Saúde Mental Ministro Ricardo Barros, em Tirol, realiza o acompanhamento de cerca de mil pacientes do município em 2023. Vinculado ao Complexo de Saúde Professor Severino lopes há cerca de um ano, em 2022 foram realizados cerca de três mil acompanhamentos relacionados à saúde mental. O lugar recebe jovens, adultos, crianças e idosos advindos da rede de atenção básica à saúde do SUS, com tratamento multidisciplinar, envolvendo psicologia, psiquiatria e assistência social, para transtornos mentais moderados.

Ambulatório de Saúde Mental do Severino Lopes foi inaugurado há 1 ano em Natal


De acordo com a gerente de serviços de saúde que coordena o local, Nairan Andrade, por mais que os atendimentos sejam muitos, ainda não são suficientes para suprir a demanda do município. “Essa demanda não consegue ser atendida na integralidade porque a gente sabe que tem muita gente na fila de espera da unidades básicas de saúde”, comenta. O serviço atende todas as cinco regiões de administração. 

Segundo a assistente social do ambulatório, Maria Marcia, é possível notar um 'vazio assistencial' nas zonas Norte e Oeste de Natal, que sofrem com a precarização do serviço básico de saúde, o que impede a chegada dessas pessoas ao ambulatório. “Nem todo munto consegue chegar aqui, porque é via regulação e a demanda é muito extensa. Devido aos vazios assistenciais que tem em Natal,  nem todo mundo consegue ser atendido na forma oportuna, no momento adequado”, relata.

Ainda de acordo com ela, seria necessário, para melhor distribuição dos pacientes, uma integralização no sistema de saúde para que cada caso tenha acesso ao serviço que precisa. “Se houvesse, de fato, essa integralidade dos serviços, a gente conseguiria dar conta das demandas de média complexidade. Os casos moderados e os casos graves e persistentes que deveriam ser atendidos no CAPS”, complementa. 

A estigmatização dos transtornos mentais também afasta a população do tratamento, diz Márcia. “Existe também uma estigmatização muito grande da saúde mental. Às vezes, o paciente começa a sentir os sintomas leves, mas ele vai não só negligenciando, como dando conta de outras coisas de sua vida  e só busca o serviço de saúde quando precisa de um acompanhamento mais complexo”. Esse afastamento, que faz com que os pacientes procurem tratamento tardiamente, acaba por dificultar o acompanhamento. 

Os profissionais atuam de forma preventiva para que os quadros de transtornos mentais não se agravem. Os casos mais comuns para jovens e adultos são de depressão, ansiedade e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Já em idosos são mais comumente tratados questões que envolvem abandono, luto, solidão, bem como falta de atuação no mercado de trabalho; com as crianças, os profissionais costumam lidar com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e hiperatividade.

Os casos de depressão e ansiedade tiveram aumento com a pandemia, segundo Andrade. O isolamento social foi um dos fatores que aumentou o adoencimento mental da população natalense em geral. “Com a pandemia, aumentou o adoecimento da população em geral devido a esses estressores externos, isolamento social, que aumentou o índice de vários tipos de violência”, completa.

No ambulatório, os atendimentos são realizados para crianças a partir de cinco anos de idade e não há limite final de idade. O serviço é totalmente gratuito àqueles que chegam da regulação dos SUS,  segundo. “Nós somos uma instituição filantrópica. Então, somos prestadores de serviço tanto de forma complementar ao SUS, quanto suplementar quando atendemos os planos de saúde”, diz. 

Fundação

No aniversário de 66 anos do Hospital Psiquiátrico Severino Lopes, o ambulatório foi implementado, tornando a rede um complexo de atendimento voltado à saúde mental. Junto com este serviço, também foi criada uma unidade psiquiátrica com cerca de 220 eitos, unidade clínica com 50 leitos e o Instituto de Psiquiatria do Rio Grande do Norte com o programa de residência em psiquiatria. No dia 26 deste mês, esses serviços completarão um ano de existência e haverá uma programação para comemorar a data, com a presença de pacientes, profissionais de saúde, além de autoridades.

São realizadas, ainda, atividades em grupo e isoladas como forma de tratamento. Uma pessoa pode receber tratamento psicológico, psiquiátrico ou ambos, a depender da demanda. Os atendimentos podem ser feitos semanalmente, mensalmente ou, no caso da psiquiatria, com tempo mais espaçado. 

Tribuna do Norte

 

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