Os questionamentos do governo quanto ao Orçamento Geral do Estado deste ano apontam na direção do diretor-presidente da Companhia de Abastecimento do Rio Grande do Norte - CEASA - ex-deputado José Adécio. Integrante histórico do DEM (antigo PFL), Adécio, mesmo sendo da oposição à época, foi o relator do projeto de lei orçamentária aprovado no final de 2010 e que conteria erros grosseiros, como estimativas de receitas e despesas desvirtuadas da realidade.
Após quase seis meses de gestão, somente esta semana os técnicos do govemo do Estado descobriram as falhas no orçamento. De acordo com a gestão estadual, as despesas do estado para este ano de 2011 ficaram subdirnencionadas, enquanto que as receitas ficaram superdirnensionadas. Com isso, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) reuniu o secretariado e cobrou que cada pasta "reescrevesse" seus orçamentos, fazendo cortes e promovendo enxugamentos de despesas. Pelos cálculos da administração, o OGE 2011 só comporta pagamentos de salários do funcionalismo até setembro deste ano, já que existiria um déficit de cerca de R$ 180 milhões nos valores destinados à folha de pessoal. A solução encontrada por Rosalba Ciarlini, por hora, sofre questionamentos na Assembléia Legislativa.
Ontem, o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) afirmou que o governo nessa história está mais perdido que cego em tiroteio". Segundo a avaliação petista, é um erro dizer que o orçamento não será realizado, porque, em verdade, trata-se de uma peça meramente figurativa, que aponta apenas para a previsão". Aliás, alguns deputados não aceitararn a iniciativa do governo de repassar para a Assembléia Legislativa a culpa de ter aprovado planos de cargos e carreiras sem levar em conta a situação financeira do Estado.
Parlamentares governistas estariam insatisfeitos com a relação do governo com a bancada e estariam inclusive evitando comparecer ao plenário. Em seu pronunciamento, o deputado Femando Mineiro rebateu as afirmações do secretário chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, que disse que o estado terá que fazer cortes no orçamento porque o estado não conseguirá arrecadar o que está previsto. Mineiro apresentou um levantamento mostrando que de 2005 a 2010 as receitas sempre ficaram abaixo das previstas.
Segundo Mineiro, em 2007, a execução ficou em 91 % do orçamento enquanto que em 2008 ficou em 95% e em 2009 em apenas 85% em razão da crise financeira mundial. ''No ano passado, a receita realizada foi de R$ 93%. Se no ano passado não havia sido atingida a receita prevista, esse ano a situação deve mesmo se repetir", afirmou o petista. 12
A reportagem de O JORNAL DE HOJE tentou, por várias vezes, conversar com o ex-deputado José Adécio, mas não conseguiu.
Fonte: Jornal de Hoje
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