emanuel amaral
Hospital Maria Alice reabre na sexta-feira, mas só para atender casos encaminhados. Enquanto isso, o Hospital Santa Catarina segue lotado
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, a diferença do atendimento praticado hoje pelo Hospital Infantil do que será realizado na próxima sexta-feira é a existência de três médicos de plantão. “Já estamos sem atender casos simples e não-referenciados da rede básica de saúde, mas na próxima sexta haverá três médicos ao invés de apenas um. Sempre lembrando que o Maria Alice é um hospital terciário”, diz, acrescentando que o atendimento terá como condicional a chegada do paciente de ambulância, nos casos de urgência, ou encaminhados por postos de saúde.A Sesap sabe que a medida interfere diretamente no funcionamento de outras unidades, como é o caso do Hospital Santa Catarina. Segundo o diretor-administrativo, Carlos Leão, a demanda espontânea por atendimento de crianças tem aumentado desde o dia 23 de abril, quando o Maria Alice paralisou o atendimento. “Enquanto que a média anterior era de 70 crianças por dia, desde o dia 23 atendemos mais de 150 crianças”, diz Carlos Leão. No momento da entrevista, a triagem do Hospital Maria Alice Fernandes estava lotada, com várias mães e crianças à espera de uma vaga.
Elissandra Batista de Araújo, por exemplo, já avisada do “fechamento do pronto-socorro no Maria Alice, levou Cleanderson Araújo, de dois anos, diretamente ao Santa Catarina. Os dois são moradores de Extremoz e o Hospital localizado em Parque dos Coqueiros era o local mais próximo com atendimento infantil. “Como o Maria Alice não está atendendo, só nos resta o Santa Catarina”, diz Elissandra. Cleanderson estava “vomitando e com o corpo mole”. Não era um caso de urgência e por isso não seria recebido pelo Maria Alice.
Da mesma forma, Monalisa Nascimento, de 17 anos, não conseguiu atendimento para Katyllyn Leandro, de um ano, no Hospital Maria Alice por não terem passado por um Pronto-atendimento do Município de origem, que no caso é Ceará-mirim. Monalisa, que é prima de Katylyn, afirmou que sempre procura o Hospital Maria Alice porque “tem um atendimento melhor que os postos de saúde de Ceará-mirim”. Sem conseguir atendimento, ela precisou esperar a avó para se dirigir a outro local, provavelmente o Hospital Santa Catarina.
Cerca de 70% do atendimento dessas crianças, tanto atualmente no Santa Catarina quanto anteriormente no Maria Alice, são de baixo risco, podendo ser resolvidos na rede básica de Saúde. A possibilidade de desassistência, num primeiro momento, é conhecida. “Alguns pacientes têm procurado o serviço e não estão sendo atendidos, mas não há desassistência no foco principal do Maria Alice, que é o atendimento ao paciente grave, com risco de vida”, diz José Antonio Barcelos, diretor -administrativo do Hospital.
Na visão do secretário Domício Arruda, esse é um passo importante para equacionar o atendimento infantil no Estado. “Um dos nosso objetivos é justamente disciplinar o atendimento para que os pediatras do Maria Alice possam dar atenção aos pacientes internados e em observação clínica”, encerra.
TN online
Nenhum comentário:
Postar um comentário