A Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano (Cehab) ainda não sabe se foi espontânea ou partiu de um movimento organizado a invasão de 63 casas que estão sendo construídas na "Comunidade Mor Gouveia", um projeto urbanização que prevê a construção de 210 moradias para abrigar os moradores da antiga "Favela do Fio". Mas, o presidente da Cehab, João Felipe Medeiros, disse ontem que o caso já está sendo avaliado pela assessoria jurídica da Companhia, bem como pela Procuradoria Geral do Estado (PGE): "Vamos partir para a recuperação de todos os imóveis e, possivelmente, requerer na Justiça a reintegração de posse para poder concluir as obras e entregar as casas a essas mesmas famílias, casos elas estejam cadastradas".
Aldair DantasCasas inacabadas do conjunto foram invadidas no fim de semana
João Felipe Medeiros disse que em setembro do ano passado, com a anuência do governo de então, ocorreu a ocupação de outras 130 casas, "que não tinham a mínima condição de moradia", pois toda a infraestrutura estava inacabada.
Medeiros explicou que o governo estava trabalhando para concluir essas 63 casas até o fim de 2011 e, daí, transferir para as casas já terminadas, uma parte das famílias que tinham ocupado as outras casas no ano passado. Segundo Medeiros, todo o projeto da "Comunidade Mor Gouveia" prevê a construção de 202 casas, ao lado da feira livre da Cidade da Esperança. Mais 108 apartamentos, em blocos com um pavimento térreo e um superior, estão previstos para serem construídos na área onde antes estava a Favela do Fio, próximo ao km 6. O projeto todo está estimado em R$ 10 milhões.
Ele disse que o projeto foi paralisado no governo passado e as obras retomadas em março deste ano. Além da moradia, vai ter esgotamento sanitário, posto de saúde e policial e área de lazer.
Algumas das pessoas que ocuparam as casas da sexta-feira para o domingo, vinham da Favela do Camboim, na área do entorno da subestação da Chesf, no Bom Pastor, como é o caso de Elisandra Araújo Nunes, que ocupou uma área onde existe só piso de uma futura casa, porque não agüenta mais morar com marido e filho na favela. "A gente morava num barraco sem piso, sem banheiro, sem luz, a dificuldade era grande", disse ela, esperando que a ocupação force o governo a concluir logo a obra.
Maria de Lourdes Alves é uma das moradoras que ocupou a comunidade no ano passado. "A gente foi quem colocou o bojo, portas, não coloquei janelas ainda porque não consegui comprar", disse ela, admitindo que entrou na casa sem as obras terem terminado. Dona Lourdes, como é chamada, disse que a casa está em nome do marido, que é deficiente físico e hoje está em casa de família, no interior: "Quando ele vem, tem dificuldade, porque a entrada da casa é alta".
do TN
Atualizado ás 1:h20
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