Moradores invadem casas populares na zona Oeste

Publicação: 29 de Novembro de 2011

A Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano (Cehab) ainda não sabe se foi espontânea ou partiu de um movimento organizado a invasão de 63 casas que estão sendo construídas na "Comunidade Mor Gouveia", um projeto urbanização que prevê a construção de 210 moradias para abrigar os moradores da antiga "Favela do Fio". Mas, o presidente da Cehab, João Felipe Medeiros, disse ontem que o caso já está sendo avaliado pela assessoria jurídica da Companhia, bem como pela Procuradoria Geral do Estado (PGE): "Vamos partir para a recuperação de todos os imóveis e, possivelmente, requerer na Justiça a reintegração de posse para poder concluir as obras e entregar as casas a essas mesmas famílias, casos elas estejam cadastradas".
Aldair DantasCasas inacabadas do conjunto foram invadidas no fim de semanaCasas inacabadas do conjunto foram invadidas no fim de semana

João Felipe Medeiros disse que em setembro do ano passado, com a anuência do governo de então, ocorreu a ocupação de outras 130 casas, "que não tinham a mínima condição de moradia", pois toda a infraestrutura estava inacabada.

Medeiros explicou que o governo estava trabalhando para concluir essas 63 casas até o fim de 2011 e, daí, transferir para as casas já terminadas,  uma parte das famílias que tinham ocupado as outras casas no ano passado. Segundo Medeiros, todo o projeto da "Comunidade Mor Gouveia" prevê a construção de 202 casas, ao lado da feira livre da Cidade da Esperança. Mais 108 apartamentos, em blocos com um pavimento térreo e um superior, estão previstos para serem construídos na área onde antes estava a Favela do Fio, próximo ao km 6. O projeto todo está estimado em R$ 10 milhões.

Ele disse que o projeto foi paralisado no governo passado e as obras retomadas em março deste ano. Além da moradia, vai ter esgotamento sanitário, posto de saúde e policial e área de lazer.

Algumas das pessoas que ocuparam as casas da sexta-feira para o domingo, vinham da Favela do Camboim, na área do entorno da subestação da Chesf, no Bom Pastor, como é o caso de Elisandra Araújo Nunes, que ocupou uma área onde existe só piso de uma futura casa, porque não agüenta mais morar com marido e filho na favela. "A gente morava num barraco sem piso, sem banheiro, sem luz, a dificuldade era grande", disse ela, esperando que a ocupação force o governo a concluir logo a obra.

Maria de Lourdes Alves é uma das moradoras que ocupou a comunidade no ano passado. "A gente foi quem colocou o bojo, portas, não coloquei janelas ainda porque não consegui comprar", disse ela, admitindo que entrou na casa sem as obras terem terminado. Dona Lourdes, como é chamada, disse que a casa está em nome do marido, que é deficiente físico e hoje está em casa de família, no interior: "Quando ele vem, tem dificuldade, porque a entrada da casa é alta".
do TN

Atualizado ás 1:h20

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