Solução de segurança para pilares não é a mais barata

Ponte Newton Navarro foi inaugurada há mais de três anos, mas seus pilares ainda não possuem as devidas proteções contra acidentesA Associação dos Práticos do Rio Grande do Norte afirma que a solução apresentada até aqui para dar mais segurança à Ponte Newton Navarro, com a instação de "dolphins", espécie de bóias de material rígido que impede a colisão de navios com os pilares da Ponte, não é a mais barata. Segundo Sebastião Rodrigues, presidente da Associação, instalar a proteção, chamada de "defensa", é fundamental para dar mais segurança ao trânsito de navios por baixo da ponte até o Porto de Natal. Contudo, há soluções mais baratas que a apresentada até então. 
Ponte Newton Navarro foi inaugurada há mais de três anos, mas seus pilares ainda não possuem as devidas proteções contra acidentes

De acordo com o projeto original da Ponte Newton Navarro, seriam instalados flutuantes ao redor das principais pilastras. Esses flutuantes seriam estaiados, com estruturas de ferro responsáveis por fixá-los ao redor das pilastras. O detalhamento do projeto - que custa cerca de R$ 32 milhões - foi feito pelo Governo do Estado à época da inauguração. "Esse projeto com flutuantes é mais caro, porque a estrutura precisa de manutenção. Se fosse de concreto armado, por exemplo, era só instalar e a manutenção seria zero", explica Sebastião Rodrigues, presidente da Associação dos Práticos.

Independente do projeto a ser efetivado, os práticos, que trabalham orientando os navios desde o limite entre o rio Potengi, o mar e o Porto, acreditam ser uma iniciativa que pede urgência. Não há registro até hoje de incidentes na Ponte Newton Navarro, mas, segundo Sebastião, não se pode correr o risco. "Se um navio perder o leme, perder o controle, pode bater em uma das pilastras e as consequências disso são imprevisíveis", diz. E complementa: "Acidentes acontecem e normalmente com variáveis que estão fora do controle do comandante do navio e do prático que orienta a chegada da embarcação ao porto".

Já existe um sistema de defensas instalado na Ponte Newton Navarro, mas ele é insuficiente. São quatro estruturas que parecem de borracha, mas são feitas de material mais resistente, fixadas em cada "quina" das pilastras centrais. Além disso, pneus de borracha fazem a proteção para embarcações menores. "Esse sistema não impede que um possível impacto possa gerar abalos na estrutura da ponte", avalia, acrescentando que o Governo do Estado já postergou várias vezes a instalação dos equipamentos de segurança.

A colisão entre navios e pilares de Ponte já aconteceu, inclusive no Brasil, na Ponte Getúlio Vargas, em Porto Alegre, em 2008. Casos mais graves aconteceram nos Estados Unidos e na Suécia. Navios colidiram com as pontes Sunshine Skyway, na Florida, Estados Unidos, e Askerofjord, na Suécia, em 1980, com 33 e 8 vítimas fatais, respectivamente. Após os incidentes, ficou mais claro os riscos referentes a pontes e a construção de estruturas de segurança nas pilastras passou a ser mais comum. A Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, tem equipamentos semelhantes. A Ponte Rio Negro tem um projeto orçado em R$ 67 milhões com o mesmo fim.

A Capitania dos Portos enviou, segundo o capitão dos portos Alan Kardec, um comunicado ao Governo do Estado lembrando da importância de instalar as defensas.

Capitania dos Portos alerta para necessidade das proteções

Um comunicado com a recomendação de instalar os flutuantes na Ponte Newton Navarro foi enviado na semana passada, segundo o capitão dos portos, Alan Kardec, ao Governo do Estado, e outras entidades. O projeto original da Ponte previa a instalação de um equipamento de segurança, orçado à época da inauguração em R$ 32 milhões. A obra não foi executada por conta de necessidade de concluir a dragagem do rio Potengi.

"Como é uma obra cara, ficou acordado em iniciar após a dragagem. Agora, a Capitania dos Portos precisa alertar para a necessidade de instalar o equipamento por uma questão de segurança", explica o capitão dos portos, Alan Kardec.

No futuro, a ausência desse equipamento pode implicar em prejuízos para o Porto de Natal. "Pode ser preciso aumentar o número de rebocadores e de práticos para os navios que atraquem em Natal, o que encarece o serviço e faz o porto perder competitividade", alerta. Os rebocadores acompanham os navios desde a "entrada" no rio Potengi, enquanto os práticos auxiliam na hora de atracar. "Não é o caso de proibir o tráfego de navios em direção ao porto, seria uma medida radical. Mas é preciso alertar acerca das questões de segurança", complementa o capitão dos portos.

Histórico

A construção das defensas vem sendo protelada pelo Governo do Estado desde 2007, quando a Ponte Newton Navarro foi inaugurada. Por várias vezes, foi anunciado o início da obra, mas sem iniciá-la de fato. Em janeiro de 2009, a Secretaria de Infraestrutura chegou a anunciar um prazo de 30 dias para construir as defensas. Contudo, até então, sob a justificativa de que a dragagem do Porto dificultaria a obra, não se fez nem mesmo a licitação. Em 2011, antes da última recomendação, a Capitania dos Portos já havia "lembrado" o Governo do Estado em março acerca da necessidade de instalar os flutuantes. Segundo Alan Kardec, essa comunicação é rotineira.

Fonte:TN Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário