Incêndio destroi barracos em favela do bairro Felipe Camarão, em Natal


Incêndio destruiu 15 barracos na Favela do Alemão, em Natal (Foto: Ricardo Araújo/G1)Incêndio destruiu 15 barracos na Favela do Alemão, em Natal (Foto: Ricardo Araújo/G1)
A ante-véspera de Ano Novo de 15 famílias carentes de Natal foi de angústia. Enquanto as crianças dormiam e muitos pais separavam o lixo que cataram ao longo do dia, um incêndio que, segundo eles próprios foi criminoso consumiu rapidamente as estruturas e os poucos móveis dos barracos da favela do Alemão, em Felipe Camarão, zona Oeste da capital. Apesar do fogo ter se espalhado rapidamente, ninguém saiu ferido ou morto. O Corpo de Bombeiros foi acionado e utilizou cerca de 15 mil litros de água para conter as chamas.
Segundo relatos dos moradores, o incêndio começou por volta das 18h30 deste domingo, em decorrência de uma discussão entre o morador de um dos casebres, identificado como Leandro, com um amigo que reside nas proximidades, conhecido apenas por Marciel. Ambos teriam brigado verbal e fisicamente e Marciel teria dito a Leandro que colocaria fogo no barraco no qual ela morava. E cumpriu o prometido. As chamas começaram no casebre de Leandro e logo se alastraram pelas outras estruturas de papelão, madeira e plástico
Chamas consumiram móveis e eletrodomésticos em pouco tempo (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Chamas consumiram móveis e eletrodomésticos
em pouco tempo (Foto: Ricardo Araújo/G1)
"Foi tudo muito rápido. Eu senti o cheiro de fumaça e corri pra buscar meus filhos. O fogo tomou conta de tudo e acabou com as poucas coisas que a gente tinha", relembrou Juliana Cândido da Silva, de 28 anos. Desempregada, a moradora da favela costuma catar lixo reciclável para garantir a subsistência dela e dos sete filhos. A favela do Alemão fica localizada num dos bairros mais carentes e violentos de Natal. A maioria dos moradores sobrevive catando lixo reciclado e vendendo a atravessadores. Os barracos foram erguidos embaixo da rede de transmissão de energia elétrica de alta voltagem, num terreno da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que abastece a concessionária de energia local.

Morador procura documentos entre as cinzas do incêndio na Favela do Alemão, em Natal (Foto: Ricardo Araújo/G1)De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Rafael Franco, foram utilizadas quatro viaturas da Corporação e mais uma ambulância para apoio. Os moradores reclamaram da demora do atendimento dos bombeiros. "Nós recebemos o chamado via Ciosp e em 14 minutos chegamos ao local do incêndio", afirmou o tenente. A população da favela argumentou que esperaram mais de 30 minutos para conseguirem registrar a chamada no Centro Integrado de Operações e Segurança Pública (Ciosp) através do número 190. Além disso, quando a vitura do Corpo de Bombeiros chegou à ocorrência, a água do reservatório acabou e não foi possível reabastecer nas proximidades do incêndio pois não havia água nas casas.
Uma das pessoas que ajudou os moradores da favela foi o pedreiro Valter Ramos Guedes, de 25 anos. "Quando eu vi as chamas, corri para salvar as crianças e tirar os botijões de gás dos barracos. Foi terrível, assustador", relembrou o homem. Ele disse, ainda, que pelo menos dois botijões explodiram durante o incêndio. As causas do incêndio serão investigadas pelo Corpo de Bombeiros que deverá atuar em três linhas de investigação: incêndio criminoso, curto-circuito na rede de energia que alimentava os barracos e/ou causado pelos fogões improvisados pelas famílias.
Fonte: G1/RN

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