Produtores de queijo buscam certificado de produção industrial

Jardel Dantas trabalha para transformar produção artesanal em industrial
SERIDÓ - Apesar da crise gerada pela seca que castiga a região, causando prejuízos a diversos setores da economia, principalmente agricultura e pecuária, os produtores de queijos e laticínios no Seridó estão buscando meios para melhorar a produção e a qualidade dos produtos, trocando o processo artesanal pelo industrial.
Os queijos de coalho (normal, light e com orégano), de manteiga (tradicional e com raspa), ricota, a nata e a manteiga da terra, produzidos por Jardel Dantas, são comercializados em cidades como Caicó, Mossoró e Natal.
O empresário trabalha agora para ter o certificado de Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e poder aumentar a carteira de clientes. Para transformar sua produção artesanal em industrial, Jardel adaptou sua queijaria a exigências como aquisição de maquinário em inox, cozimento a vapor e reformas na estrutura física. "Só não adquiri o certificado ainda porque o Idiarn está em greve. Fiz as adaptações; aguardo a vistoria", observou o produtor.
A conquista do certificado do SIE ou do SIF (inspeção federal) é o que almejam alguns produtores de queijo da região, que estão substituindo a produção artesanal pela industrial.
A possibilidade de fornecer o produto para grandes clientes, como redes de padarias e de supermercados, é o principal atrativo para o produtor que tem o selo.

AVANÇO
Segundo o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Norte (Sebrae-RN), José Rangel, é necessário que todas as queijarias passem por inspeções para o segmento se fortalecer e ficar mais competitivo.
José Rangel disse que os municípios podem criar ferramentas para facilitar o processo com foco nos pequenos produtores.
"Participamos de uma comitiva que visitou Minas Gerais e conhecemos de perto a implantação de um Serviço de Inspeção Municipal. Para que isso ocorra, o município cria uma lei e faz suas especificações mínimas para as unidades que trabalham com alimentos, como questões higiênicas bem definidas, valorizando a qualidade do produto artesanal", explica Rangel.
Na visão do consultor do Sebrae, a criação de um padrão de inspeção no município pode evoluir para a permissão da comercialização dos produtos além do território municipal.
Os benefícios proporcionados pela criação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) vão além da garantia da qualidade microbiológica e nutricional dos alimentos. O trabalho pode envolver também a orientação aos produtores quanto à incorporação de novas tecnologias, melhoria genética do rebanho e das pastagens, cursos de capacitação e aprimoramento.

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