Sem material, médicos suspendem cirurgias no Hospital de Base, no DF

Cirurgiões do Hospital de Base de Brasília suspenderam as cirurgias que estavam agendadas para esta segunda-feira (24). Eles alegam que faltam insumos básicos para os procedimentos, como compressas cirúrgicas, gaze, analgésicos e remédios para enjoo.

Em relação à falta de medicamentos, a secretaria disse que todos os que estão em falta ou perto de acabar serão reabastecidos e que compras emergenciais já estão sendo providenciadas.A Secretaria de Saúde do DF nega o cancelamento das cirurgias. Em nota, a pasta informou que em reunião na manhã desta segunda com a equipe técnica do Hospital de Base, "a SES/DF definiu ações para reabastecer o estoque de materiais da unidade de saúde".

Mas um cirurgião oncológico da unidade, que não quis se identificar, informou ao G1 que não há previsão para a retomada dos procedimentos. "A princípio [as cirurgias] estão suspensas. Nós precisamos racionalizar alguns materiais básicos. A diretoria está se reunindo hoje [segunda] e fazendo um levantamento de estoque.”

Segundo ele, apenas cirurgias de emergência serão realizadas pelas equipes técnicas das 19 especialidades do Hospital de Base nesta segunda.

Com a falta de material, familiares de pacientes têm recorrido ao próprio bolso para não deixar faltar medicamentos a quem está internado. O motorista Edson da Costa disse que o filho de 9 anos está há 25 dias na UTI do hospital de Base, à espera de uma cirurgia na cabeça devido a um acidente de trânsito. O procedimento chegou a ser marcado para a segunda-feira passada, mas foi cancelado.Neste fim de semana, os médicos chegaram a enviar um ofício à secretaria reclamando da falta de material no hospital. De acordo com o documento, o desabastecimento põe em risco a vida de pacientes. Um aviso chegou a ser colocado em corredores do hospital avisando sobre a suspensão dos procedimentos.

"Os médicos dizem que não têm previsão para a cirurgia dele. Os médicos não falam nada. Gaze, esparadrapo, essas coisas, a gente tem que comprar. Se eu não comprar, ele não usa. Agora mesmo minha esposa foi lá comprar colírio. Eu vejo que ele está precisando e eu vou comprar, porque eu não vou deixar ele precisando. É uma pouca vergonha", afirmou Costa.

A consultora imobiliária Jô Pedrosa tenta marcar uma consulta com um cardiologista para a mãe idosa, que tem uma doença cardiovascular. "Não estamos conseguindo fazer o acompanhamento dela, o hospital não tem sistema, não consegui marcar uma consulta, há mais de um mês que não consigo. Está faltando tudo nesse O agendamento de consultas também apresenta problemas. A consultora imobiliária Jô Pedrosa relata que não consegue agendar atendimento para a mãe idosa, que tem uma doença cardiovascular, desde o mês passado.

Do G1 DF