A presidenta Dilma Rousseff discursou no início da tarde desta quinta-feira (7) no evento Encontro das Mulheres pela Democracia, no Palácio do Planalto. Emocionada com a solidariedade prestada por centenas de mulheres, entre elas representantes de entidades femininas, a presidenta voltou a criticar tentativa de afastá-la do poder de forma ilegal, já que não cometeu crime de responsabilidade.
Em meio a gritos de ‘Dilma fica, Cunha sai’, ela criticou a revista Isto É, por conta de uma reportagem de capa em que era retratada como uma mulher descontrolada, lamentou a misoginia e previu que os próximos dias serão difíceis por conta de “vazamentos seletivos” na imprensa.
“São vazamentos seletivos e oportunistas. Eu já determinei ao senhor ministro da Justiça a apuração e responsabilidade por vazamentos recentes. Passou de todos os limites” disse.
Defendendo a legalidade de seu mandato, a presidenta enumerou os avanços na igualdade de oportunidades e de gênero desde o primeiro governo Lula, e propôs um pacto “para que eu possa entregar um Brasil melhor ao meu sucessor”.
Segundo ela, o primeiro passo é acabar com as pautas-bombas no Congresso Nacional, prática que vem sendo adotada desde que atual presidente da Câmara dos Deputados assumiu o posto. Dilma acredita que é preciso ainda haver uma unidade pela aprovação das reformas e a retomada do crescimento. E, por fim, a necessária e urgente reforma política.
“Querem dizer que mulheres sob pressão ficam descontroladas. Isso é um tipo de tratamento que constitui machismo extremamente banal. Não aceito isso. Nenhuma mulher aceita. Estive três anos presa ilegalmente e sempre mantive o controle, o eixo e principalmente a esperança.”
Em relação à matéria da Isto É, a presidenta ficou indignada e demandou que o veículo seja processado por crimes contra a honra, além de exigir direito de resposta.
“Essa revista vem sistematicamente mentindo, inventando, incitando ódio e intolerância, produzindo uma peça de ficção para ofender a mulher e a presidenta. Na verdade com o propósito de me ofender como presidenta justamente por ser mulher”.
A presidenta foi enfática ao falar que se orgulha de ser uma mulher brasileira. “Não me acho diferente das mulheres que nesse País resistem, batalham e lutam para criar os seus filhos, que lutam muitas vezes sozinhas, enfrentando toda sorte de problemas e que não se descontrolam”.
Dilma finalizou dizendo “eu não perco o controle, não perco o eixo, não perco a esperança porque eu sou mulher. É por isso, porque sou mulher. Não perco o controle porque me acostumei a lutar por mim e pelos que amo, minha família e o meu País”.
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