Frente Parlamentar reúne 186 assinaturas para barrar o golpe

A deputada Luciana Santos fala aos manifestantes que tentaram acessar o Salão Verde para participar do evento e foram impedidos por determinação do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia, com a assinatura de 32 senadores e 186 deputados, foi protocolada na tarde desta quinta-feira (14) e anunciada pela deputada federal Luciana Santos (PE), presidenta nacional do PCdoB, em coletiva à imprensa no Salão Verde da Câmara. Aos jornalistas que insistiam em querer saber se o número era o de votos contrários ao impeachment, a deputada disse que esse número pode ser maior, porque nem todos que são contra o impeachment assinaram a Frente. 

Na insistência sobre o número de votos, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que “se vocês querem um número, o que podemos afirmar é não há 2/3 de votos para passar o impeachment”. Ela criticou a tentativa da oposição de “criar um ambiente psicologicamente negativo, mas ele não é real”, afirmou, dizendo ainda que “não tem efeito manada, aqui não tem boi, não tem gado, tem pessoas de consciência política”.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), disse que a consciência política de que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem fundamento jurídico é que deve guiar os votos, anunciando que a bancada do PCdoB votará em bloco contra o golpe.

“Todos estarão em plenário para manifestar sua vontade contra o impeachment, que é um processo viciado com sucessão de manobras para tentar interferir no resultado e caracterização de um processo que não tem legitimidade jurídica e tentativa de usurpar o voto popular”, discursou Daniel Almeida. 

De acordo com o requerimento de criação da Frente, o coletivo se propõe a atuar na defesa da democracia como princípio, dado o momento de grande complexidade no cenário da política brasileira, onde as instituições e a legitimidade do voto estão sendo postos em xeque.

“Essa Frente Parlamentar tem objetivo de sinalizar, para fora e dentro da Casa, sobre o significado desse impeachment. Não é qualquer fato. É uma situação institucional grave para o país, não é só disputa política. É preciso que se leve em conta o fundamento de uma iniciativa dessa natureza. Sem crime de responsabilidade, esse processo é golpe”, finalizou Luciana Santos, sendo seguida em seu discurso por vários outros parlamentares, de diversos estados, que assinaram com ela a criação da Frente Parlamentar. 

Assista a entrevista da presidenta do PCdoB, Luciana Santos:

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