“A comissão acabou de derrotar a gente. Mas isso não quer dizer nada. A comissão foi montada pelo [presidente da Câmara, Eduardo] Cunha. É o time dele. A nossa luta vai ser no plenário. Domingo é que temos que ter clareza. Sabemos que temos que conversar com os deputados“, disse o petista a um publico de cerca 35 mil pessoas, segundo os organizadores.
Mesmo apoiando Dilma ,o petista não deixou de fazer críticas ao ajuste fiscal proposto pelo governo da presidente.
“É bem verdade que agora a companheira Dilma aprendeu a lição. Ela fez uma proposta de ajuste que nenhum companheiro gostou. Foi feito para atender o mercado. O mercado dela não é o banqueiro, é o povo consumidor“, disse Lula.
Ao discursar, ele classificou como “golpe” a tentativa de afastar a presidente ,se referindo ao golpe militar de 1964 e listou políticos do PMDB que considera “golpistas“.
“Veja quem quer tirar a Dilma. Primeiro: [vice-presidente Michel] Temer; segundo, Eduardo Cunha. Terceiro, Geddel Vieira Lima. Quarto, Henrique Eduardo Alves. Quinto: [Eliseu] Padilha. Sexta, uma pessoa que vocês conhecem muito bem: Moreira Franco, que foi governador desse estado”, afirmou o petista.
“Essa gente deveria olhar a minha história. Todas as vezes que perdi eu respeitei o resultado. Eu perdi em 1989, roubado e com a ajuda da TV Globo, e fiquei quieto. Perdi em 1994, na maior aliança de direita do Brasil, e fiquei quieto. Fui lamber minhas feridas e voltei em 2002“, disse.
Segundo a reportagem ,o ex-presidente estava vestindo uma camisa pólo branca, e disse fazer um “esforço muito grande para voltar a ser o Lulinha paz e amor“. Ele disse que o “Brasil não pode ser dividido entre aquele que se acham brasileiros porque colocam uma camisa verde amarela, e os bandidos colocam a vermelha”.
“A gente não mede um brasileiro pela camisa, mas pela vergonha que a gente tem na cara e pelo trabalho que a gente faz pelo país. Não tenho vergonha de usar vermelho. Meu sangue é vermelho. Quem tem sangue amarelo é porque está com hepatite. A gente não pode dividir a sociedade do jeito que está. Temos que dar demonstração de paz”.
Em alguns momentos, Lula falou em tom de campanha.
“Eu sou católico e até conservador em alguns momentos. Eu como marido de dona Marisa, pai de cinco filhos, sou contra o aborto. Como presidente vou tratar como questão de saúde publica“
Defendeu ainda a “democratização dos meios de comunicação“.
“Eles [a mídia] não querem mudar. Dizem que são modernos, mas quando fala em regulamentar não querem. Eu não quero regulamentação tipo China ou Cuba. Eu quero tipo Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha. Quero uma regulamentação que a gente possa responder a desfaçatez das mentiras da ‘Época’, da ‘Veja’, da ‘Isto É’ e do Jornal Nacional“, disse Lula.
mudancadeparadigmas.com
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