A morte de Raíre Lima da Silva, de 27 anos, grávida de gêmeos, dentro de uma unidade de saúde, revoltou a cidade de Rio do Fogo, distante 70 quilômetros de Natal.
O fato aconteceu na noite desta quinta-feira (22), apróximadamente cinco horas após Raíre dar entrada na Unidade Mista de Saúde do município com quadro de pressão baixa. A mulher estava grávida de quatro meses. Os bebês também não resistiram.
A família de Raíra acusa o hospital de negligência no atendimento. Segundo os familiares, ela deveria ter sido atendida e em seguida, transferida para uma unidade de saúde em Natal.
De acordo com o secretário de saúde de Rio do Fogo, Saint-Clair Cassiano Alves, dois médicos que estavam atendendo na unidade entraram em contato com a regulação, para solicitar a transferência da paciente para o Hospital Santa Catarina, mas a tranferência teria sido negada, alegando que a unidade não tinha vaga.
A quipe da Tv Tropical teve acesso, com exclusividade, ao prontuario de Raíre. Nele consta anotações do médico que mostram que às 17h27 a jovem teve a primeira parada cardíaca. O médico fez o uso de adrenalina às 17h50 e conseguiu reanima-lá. Às 18h15 foi repetida a adrenalina, após a paciente ter uma segunda parada cardíaca. Houve uma terceira tentativa de reanimá-la às 19h07 quando os profissionais do Serviço Móvel Urgência (SAMU), já estavam na unidade, mas Raíre já estava morta.
Segundo a dona de casa Liane Aldeízia a família queria autorização para transferir a paciente para um hospital particular em Natal, já que ela tinha plano de saúde, mas um dos médicos não teria permitido.
O caso gerou revolta na cidade logo após a confirmação dos óbitos, por volta das 19h30. Inconformados com o fato, populares depredaram a unidade de saúde. A Polícia Militar foi chamada para conter os manifestantes e precisou retirar a equipe médica do local. Nesta sexta-feira (23), a unidade de saúde estava fechada.
Raíre deixa uma filha, de 11 anos de idade. O sepultamento acontecerá na Praia de Zumbi, em Rio do Fogo, provavelmente neste sábado (24).
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a paciente foi atendida pela Unidade Básica de Pronto Atendimento do município de Rio do Fogo, responsável pela estabilização. Ao agravamento do quadro clínico, o médico solicitante acionou a Central de Regulação do Estado, a qual orientou o manejo clínico terapêutico, bem como o acionamento do SAMU que atendeu prontamente.
Ainda de acordo com a nota, a paciente chegou a óbito sem sucesso na reanimação, antes mesmo de ser transferida para o Hospital Regional de João Câmara.
A secretaria lamentou o falecimento da jovem que estava grávida e disse que se mantém à disposição da família para qualquer esclarecimento.
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