guga matos/jc imagemO estudante surfava em um trecho da praia do Pina, na área urbana de Recife, quando foi atacado
De acordo com a equipe médica, Marlisson ficará em observação por dois dias. Depois, passará por nova avaliação. Diante do risco de infecção, preventivamente está sendo tratado com antibiótico. O estudante chegou ao hospital em estado de choque devido à perda de sangue, com fratura na fíbula (osso da perna) e lesões musculares, vasculares e nervosas. Ele recebeu soro e sangue e teve as lesões reparadas na cirurgia.
Marlison é a 54ª vítima de ataque de tubarão na orla pernambucana desde 1992. Desse total, 20 pessoas - entre surfistas e banhistas - morreram. O último ataque ocorreu em setembro de 2009 - quando Geovani Thiago Barbosa de Freitas, de 15 anos, surfava na Praia de Piedade, município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Ele morreu.
O local onde Marlisson costumava praticar o esporte está incluído na faixa de cerca de 20 quilômetros - dos municípios de Olinda ao Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife - onde o surfe e esportes similares são proibidos por decreto estadual. Placas informando sobre a proibição e alertando para o perigo de ataque de tubarão na área estão colocadas ao longo deste percurso.
"Ele abusou do direito de correr o risco", afirmou o presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Fábio Hazin, ao lembrar que todos os fatores foram ignorados por Marlisson, que mora na praia do Pina . Os ataques de tubarão têm maior incidência entre junho e setembro quando a água do mar está menos salinizada e mais turva. Além disso, ele estava em mar aberto e fazendo um esporte que atrai o animal pelo movimento das pernas. "Ele se transformou na isca ideal", disse Hazin. O impacto ambiental provocado pela construção do Porto de Suape, no município metropolitano de Ipojuca, é uma das causas do aumento dos ataques de tubarão no Estado, devido ao forte impacto ambiental e ao aumento do tráfego marítimo na região. Os tubarões também são atraídos pelo lixo jogado pelos navios, mudando sua rota.
Uma das atividades do Cemit é a de capturar, identificar e devolver ao alto mar tubarões que sejam encontrados perto da praia. Até hoje, de acordo com Hazin, nenhum dos animais identificados retornou à região. Eles retomam suas rotas rumo ao norte. Isto ocorreu, segundo ele, com 16 tubarões tigre capturados e monitorados nos últimos 12 anos. "Nada disso tem efeito, no entanto, se as pessoas não adotam as medidas de precaução recomendadas."
Fonte: TN Online
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