Emprego cresce mais na indústria


Emanuel AmaralA indústria de alimentos, que concentra a produção de açúcar, foi a que mais aumentou o quadro de funcionários, segundo o Caged
A indústria de alimentos, que concentra a produção de açúcar, foi a que mais aumentou o quadro de funcionários, segundo o Caged

São Paulo (AE) - No país, o Ministério do Trabalho e Emprego registrou a criação de 150.334 vagas com carteira assinada em setembro, de acordo com os dados divulgados ontem do Caged. Apesar de ser o pior desempenho para o mês desde 2001, o resultado foi considerado positivo pelo diretor do departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Rodolfo Torelly. "Em relação ao cenário mundial, o resultado de setembro ainda foi positivo", comparou. A grande surpresa no resultado de setembro foi, porém, o fato de a indústria de transformação ter liderado a criação de vagas no mês, de acordo com o professor de Economia da Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Mauro Rochlin. "Isso mostra uma recuperação do emprego industrial e, portanto, uma reação da indústria, que vinha puxando para baixo o desempenho econômico brasileiro", disse.

De acordo com os dados do Caged, em quase todos os setores da economia houve expansão do nível de emprego em setembro de 2012. De acordo com análise da equipe técnica do Ministério do Trabalho e Emprego, o destaque ficou por conta da Indústria da Transformação que gerou no mês 66.191 postos, a maior taxa de crescimento dentre os setores de atividade econômica. A elevação ocorreu em 11 dos 12 ramos que integram o setor econômico.

DESACELERAÇÃO

Mas, de forma global, o desempenho do mercado de trabalho não foi bom no período. De acordo com Rochlin, a desaceleração na geração líquida de empregos era esperada, mas surpreende que a queda no ritmo de criação de postos de trabalho não tenha sido ainda mais forte, tendo em vista a magnitude do recuo da economia do País desde 2010.

"Passamos de um crescimento de 7,5% em 2010 para algo perto de 1,5% em 2012. Havia uma expectativa ruim para a criação de empregos formais", disse. Ele, no entanto, afirma que as medidas do governo para o estímulo ao consumo, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis eletrodomésticos da linha-branca, ajudaram a segurar os empregos durante o período mais difícil após a crise internacional de 2008. A administração federal, ao anunciar esses benefícios para a indústria, exigiu como contrapartida a manutenção dos postos de trabalho. "Se não fossem essas medidas, haveria hoje um quadro muito ruim, principalmente no setor industrial", afirmou Em relação à retomada do mercado de trabalho, Rochlin disse que as medidas de incentivo governamentais ainda não tiveram efeito pleno. 

Saiba mais

Em termos geográficos verificou-se expansão generalizada do emprego nas cinco Grandes Regiões, cabendo a liderança ao Nordeste (+71.246 postos), seguido do Sudeste (+43.749 postos), Sul (+24.731 postos), Centro-Oeste (+5.414 postos) e Norte (+5.194 postos). Entre os estados, o destaque foi o estado do Alagoas (+27.572 postos ou +8,72%), a maior taxa de crescimento no mês, entre todas as Unidades da Federação. A seguir vieram São Paulo (+26.339 postos ou +0,21%), Pernambuco (+18.890 postos ou +1,46%), Rio de Janeiro (+15.863 postos ou +0,43%) e Paraná (+9.559 postos ou +0,37%). No Nordeste, o saldo do Rio Grande do Norte foi o quarto maior da região, atrás dos registrados em Alagoas, Pernambuco e Ceará (+8.826). 
da TN

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