Preocupado com segurança, deputado pede afastamento no RN


Deputado pede afastamento do cargo, em seu lugar assume Kelps Lima (Foto: Divulgação/ ALRN)Deputado Nélter Queiroz pede afastamento por 120 dias (Foto: Divulgação/ AL-RN)
O deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) entregou nesta terça-feira (16), à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, requerimento com pedido de licença de 120 dias de seu mandato. O parlamentar alegou motivos pessoais. Contudo, ao G1, ele explicou que se trata de sua própria segurança. Nélter só deve retornar à Casa em fevereiro de 2013. O advogado Kelps Lima, primeiro suplente da coligação e filiado ao PR, ocupará a cadeira durante este período.
“O serviço de segurança recomendou o afastamento. Há muito tempo que fui orientado a evitar ambientes públicos. Eu estava andado com escolta policial e isso me incomodava muito. Prefiro dar um tempo, esperar o que vai acontecer nos próximos 120 dias. Vou esperar a poeira baixar”, declarou.
Ao ser questionado sobre “esperar a poeira baixar”, o deputado respondeu que existe muita investigação em andamento e que, em razão disso, prefere se resguardar. “A Justiça e o Ministério Público estão agindo. Meu nome foi envolvido nessas acusações. Desde que falei na Assembleia que no Vale do Açu se mata gente como se elimina barata, não tive mais sossego. Consta nos autos dos processos uma ligação em que um detento, de nome Sebastião, ligou para sua esposa de dentro do presídio de Mossoró afirmando que a minha morte tinha sido encomendada no valor de R$ 50 mil. Isso é sabido por todos, por meio da Operação Mal Assombro”, afirmou Queiroz.
Quanto sua saída do estado, para sua própria proteção e de sua família, o deputado não deixou claro a decisão. “Minha mãe está preocupada. Minha família toda está. Então prefiro pensar no melhor a se fazer e manter sigilo sobre os meus próximos passos”, concluiu.


Durante sessão na Assembleia, Nélter afirmou que “este é um momento difícil na minha vida. Irei me ausentar do Rio Grande do Norte por questões pessoais. Conversei com minha família, amigos e com a assessoria jurídica e decidimos que chegou a hora. Cumpri com meu dever político e deixo o plenário certo que volto a partir de fevereiro de 2013 para ficar mais a vontade. Não me sinto a vontade sabendo que, enquanto a população sofre com falta de segurança, eu ando escoltado pela Polícia Militar”, justificou o deputado.
Por fim, ainda enfocando a segurança pública potiguar, Nélter finalizou: “Meu estilo não é de se calar, de recuar. Por isso faço um pedido aos meus colegas deputados: ajudem a bandidagem a não vencer”, suplicou.
Odelmo Rodrigues - preso pela polícia civil do RN (Foto: Rafael Barbosa/G1 RN)
Odelmo Rodrigues está preso no Quartel da PM
(Foto: Rafael Barbosa/G1 RN)
Ameaças
O deputado estadual Nelter Queiroz disse que está sob proteção ininterrupta de policiais militares do Bope. Segundo o comandante geral da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, o parlamentar solicitou proteção pessoal após o Ministério Público revelar que o presidente da Câmara de Assu, vereador Odelmo de Moura Rodrigues (PP), preso por suspeita de envolvimento em crimes de pistolagem, teria encomendado a morte do parlamentar pelo valor de R$ 50 mil .Contudo, a escolta só o acompanhou até o último domingo (14).
"A ordem judicial pedia proteção somente até o final da eleição. Mesmo assim mantivemos os policiais do Bope ao seu lado até domingo passado. Hoje, eu garanto que ele não tem escolta nenhuma", explicou o comandante.
O vereador Odelmo Rodrigues, que foi reeleito o vereador mais votado de Assu no pleito de 7 de outubro (1.707 votos), permanece preso no Quartel Geral da PM, em Natal .
Ao G1, ele alegou que está sendo vítima de perseguição política como justificativa para as acusações de homicídios que lhe são atribuídas pela Polícia Civil e Ministério Público. O político foi detido na noite da última quinta-feira (30) sob a acusação de chefiar uma quadrilha responsável por cometer cerca de 20 assassinatos na região do Vale do Açu, no Oeste potiguar.

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