Musa do fisiculturismo treina de olho em evento mais importante do mundo

Darlia Soares - fisiculturista norte-rio-grandense (Foto: Arquivo Pessoal)
A rotina de um fisiculturista não é fácil. Sejam eles amadores ou profissionais, o esporte requer muita dedicação dos atletas que sonham em brilhar nos palcos do Brasil e do mundo. Além dos treinos pesados, o descanso e a alimentação regrada, com dietas rigorosas à base de proteínas e carboidratos, também fazem parte do dia a dia desses super esportistas. Dairla Soares, fisiculturista profissional, tem diversos títulos conquistados ao longo de sua curta carreira e vive essa rotina intensamente. Após ser campeã Overall da Copa RN, a natalense irá representar o estado na maior competição do esporte, o Arnold Classic, que acontecerá entre os dias 29 e 31 de maio, no Rio de Janeiro. 

A fisiculturista está em fase final de preparação e conta que a expectativa é grande para participar do torneio que leva o nome de um dos maiores ícones do esporte, o também ator Arnold Schwarzenegger. Dairla não é iniciante no esporte. Ela começou a frequentar as academias aos 15 anos de idade por gostar de praticar musculação e exercícios físicos. Apesar de ter começado cedo, Dairla só subiu nos palcos dos torneios oito anos depois, e conta o motivo e como começou a competir.

- Entrei no esporte por incentivo do meu marido, Joacy Filho, que na época era atleta filiado à federação de São Paulo e técnico de alguns fisiculturistas do Rio Grande do Norte. Como todos, comecei a participar na categoria estreante, quando ainda era filiada pela federação da Bahia. Desde então eu tomei gosto e continuei a treinar e competir - disse.

Dairla conta que o cenário brasileiro vive um momento de plena ascensão, principalmente nos últimos dois anos. Segundo ela, esse crescimento ocorre graças ao estímulo que as federações regionais, incluindo a do RN, estão dando, fazendo com que mais pessoas se interessem pelo fisiculturismo. Porém, toda essa propagação ao redor do país esbarra em um fator importante: o custo do esporte. 
De acordo com Dairla, o fisiculturismo é um esporte muito caro para quem ainda é atleta amador e precisa arcar com todos os custos dessa prática. Somado a isso, a escassez de patrocínios para atletas brasileiros é um problema. Segundo a atleta, são os patrocinadores que arcam com toda a suplementação necessária ao dia a dia do atleta e com as passagens e custos de hospedagem quando o mesmo precisa se deslocar para uma competição ou evento do esporte.

- É um esporte que requer um custo muito alto. Gasta-se muito para estar dentro dele, mas, se o atleta se preparar bem, for bem condicionado e tiver determinação para seguir, consegue se tornar um profissional, ser patrocinado e dessa forma viver somente do esporte - declarou.
Dairla Soares - fisiculturista norte-rio-grandense (Foto: Arquivo Pessoal)
Atleta profissional há três anos, Dairla é patrocinada por uma empresa americana do ramo do fisiculturismo. Apesar disso, a atleta mora em Natal, onde treina de domingo a domingo em uma academia da zona Sul da cidade. Com um corpo "sarado", ela pode ser considerada por algumas pessoas como uma "mulher forte". Com 1,62m de altura e pesando 55 quilos quando está no período de competição, ela compete na categoria Wellness e admite que o preconceito em relação ao corpo das atletas existe, mas faz uma confissão.

- Eu confesso que recebo mais elogios do que críticas ao meu corpo. No esporte existem várias categorias que valorizam as formas femininas. A minha categoria busca e se enquadra mais no padrão de beleza que as pessoas comuns determinam como bonita, que é aquela atleta com o corpo mais feminino, com mais perna, mais bumbum - conta a atleta, que também admite receber elogios de mulheres, que querem saber o segredo para chegar ao corpo ideal.
Para muitas pessoas, falar em fisiculturismo remete logo a esteroides anabolizantes. Dairla admite que alguns atletas fazem uso de tais artifícios para conseguir um melhor desempenho e um corpo mais esculpido, mas discorda de tal prática, dizendo que "o mais importante é o atleta ter uma boa alimentação e treinar de forma correta". Ela afirma que é possível competir sem usar este tipo de artifício, e destaca o papel das federações na desmistificação do assunto.

- Existe, sim, preconceito quanto a isso, e o esporte, através das federações, está tentando tirar essa imagem negativa. Eu participo das competições pela IFBB (International Federation os Bodybuilding), e, dentro dos campeonatos deles, já existe o exame antidoping, exatamente porque eles estão querendo desvincular essa imagem ruim - explica.
* Com supervisão de Augusto César Gomes.

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