Walfredo Gurgel registra 82 acidentes de moto no último fim de semana

 (Fábio Cortez/DN/D.A. Press)O dado é assustador. No último fim de semana, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) atendeu 82 casos envolvendo acidentes de moto. Foram quase dois atendimentos a cada hora. O número supera – e muito – a média deste ano que girou em torno de 20 ocorrências diárias. De natureza quase sempre grave, as vítimas dos veículos sobre duas rodas também sofrem com as inevitáveis seqüelas decorrentes do acidente.

Uma das vítimas é o garoto Luiz, de 16 anos, morador da cidade de Macaíba. Ele revela que havia adquirido a moto há apenas três meses. O choque com um carro que vinha na contramão o arremessou vários metros na calçada. A pancada na queda foi tão forte que ele fraturou o fêmur. Um agravante: no momento do acidente ele não usava o capacete. "Nasci de novo", afirmou. O susto, porém, parece não ter sido suficiente para fazer o jovem mudar de idéia quanto aos perigos de uma moto. E garantiu: "vou voltar a pilotar".

Erivaldo Barbosa de Lira é outro dos acidentados. No domingo passado, cerca de 20h, voltava para casa quando colidiu em alta velocidade com um carro. Ele usava o capacete e conta que já pilota há cerca de 10 anos e que já havia sofrido outras quedas. Desta vez, no entanto, ele garante que foi a última. "Assim que sair daqui, vou vender a moto", afirmou.

Segundo o cirurgião geral, Geraldo Bezerra, os acidentes de moto atendidos no setor de Politrauma vão desde os casos mais simples como arranhões até situações mais graves como Traumas Crânio Encefálicos (TCE) ou Traumas Abdominais. Ele também aponta as facilidades oferecidas pelas concessionárias, a economia com o reabastecimento, aliada à imprudência de alguns motoqueiros como fatores preponderantes para ocorrências do tipo. Geraldo ainda afirma que "O binômio moto/álcool é responsável por 90% dos atendimentos registrados no Walfredo".  

O cirurgião alerta para a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e de um melhor policiamento, inclusive nas cidades do interior. Segundo ele, há localidades no Rio grande do Norte em que o prefeito proíbe o uso do capacete, sob o argumento de que, dessa forma, são coibidos assaltos.


do DN

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