Autores brasileiros emocionam o público na capital colombiana

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Nélida Piñon, Zuenir Ventura e Mauro Ventura foram os primeiros brasileiros a participar, com grande sucesso, do primeiro dia da 25ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (Filbo).  O auditório principal do evento lotou para receber Zuenir e Mauro Ventura, que abriram o Encontro Internacional de Jornalismo, falando sobre a liberdade de expressão.

De noite, a escritora Nélida Piñon abriu a programacão literária do Brasil, debatendo sua obra com o poeta e escritor colombiano Guido Tamayo. Foi a segunda participação da escritora nesta edição da Filbo. Na abertura oficial do evento, realizada segunda-feira com a presença do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da ministra da Cultura do Brasil, Ana de Hollanda,  ela foi muito aplaudida ao exaltar a importância das culturas colombiana e brasileira, com destaque para a obra de autores como Machado de Assis e Gabriel García Márquez.

A primeira mesa do Encontro de Jornalismo, que contou com Zuenir Ventura e Mauro, foi sobre a liberdade de expressão. Na opinião de Zuenir, apesar das conquistas, é preciso exercer uma constante vigilância para garantir plenamente a liberdade de expressão. Na sua vez, Mauro destacou a importância crescente dos meios digitais. ¨Temos os ganhos e as perdas dessa transição. É algo inevitável, precisamos aprender a lidar com a nova realidade”, enfatiozu o jornalista, que também conversou sobre o seu ¨O espetáculo mais triste da terra¨.

Zuenir também participou da segunda mesa do Encontro e falou sobre a importância de Chico Mendes, assassinado em 1989. As reportagens que realizou na época sobre o episódio receberam importantes prêmios e foram reunidas no livro ¨Chico Mendes – Crime e Castigo¨. ¨Ainda hoje continuamos a discutir as ideias da causa de Chico Mendes. Ele foi um proto-mártir da causa ambiental¨, disse Zuenir, que foi aplaudido de pé e emocionou o público.

À noite, Nélida teve uma conversa em tom mais intimista com Guido Tamayo. Conversou sobre os personagens importantes de sua obra, voltou a destacar a importância de Machado de Assis (¨o primeiro grande escritor das Américas¨), como fizera no discurso de abertura. Sua fala instigou a plateia e, enquanto falava, jovens que a assistiam com computador no colo faziam consultas na internet sobre Machado.

Nélida ainda lembrou a importância de Guimarães Rosa e Clarice Lispector, que foi uma de suas melhores amigas. Um dos temas abordados  por ela foi a ¨memória secreta da mulher¨. ¨A memória da mulher sempre foi muito inventiva. Como tudo sempre lhe chegava pela metade, ela exercia muito a imaginação¨, disse Nélida Piñon, que destacou o arcaísmo das mulheres. ¨Para sermos modernas, precisamos ser arcaicas”.

(Texto: Rachel Bertol, FBN/MinC)

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