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Uma das praias mais conhecidas do Estado, Ponta Negra, sucumbe à infraestrutura deficiente e falta de investimentos. Na orla, que emoldura um dos mais conhecidos ícones da capital potiguar, o que se vê é lixo, crateras e água empoçada. O descaso do poder público só acentua o estado de abandono. As famílias natalenses foram as primeiras a deixar a areia e águas mornas, durante os fins de semana de sol. Na noite, perderam espaço para uma legião de turistas, sobretudo estrangeiros - e para a prostituição. Sem incremento de projetos do poder público, a beleza natural do Morro do Careca coroando o mar permanece como único atrativo.
Rodrigo SenaCalçadão destruído e ainda sem recuperação aumenta quadro de abandono da famosa praia
De férias em Natal, casal paranaense Graciela Peovezan e Tiago Leseux, 30 anos, se decepcionaram com o estado da orla. "É uma cidade turística, que tem aqui seu principal cartão de visitas e o que se vê são bares mal servidos,falta de informação, lixo e mau cheiro de sobra", disse a turista.
Há um ano, desde que montou um bar "para nativo", o pernambucano Erasmo Trajano de Moraes diz conhecer o preço de ir contra a política da vizinhança. "Não aceito prostituição, gringo que vem para fazer isso, ambulante incomodando. Mas a região ganhou a pecha e é difícil trazer o natalense aqui", admite. Segundo ele, investimentos em publicidade também não surtem o efeito esperado. "O turismo é forte. Mas é preciso trazer o natalense, o potiguar para desfrutar a sua praia", observa.
A deficiência em infraestrutura tem deslocado o turista para outros pontos, conta o bugueiro e morador de Ponta Negra Igor Medeiros, 28 anos. "Muitos se decepcionam com o serviço, o calçadão, sujeira e preferem outras praias", disse. Igor continua a frequentar a orla nas horas vagas por falta de opção. "O natalense que tem mais condições, foge mesmo daqui, dessa exploração", diz.
A falta de fiscalização permite ambulantes formarem uma mini-feira livre que vende desde moda praia, CDs e DVDs piratas a artesanato e comidas típicas. A vendedora Ana Lucia Azevedo, de uma loja de moda feminina, reclama da concorrência desleal. "A praia está um vazio e ainda perdemos espaço para quem vende produto sem nota fiscal", afirma.
Ação
A Promotoria de Justiça instaurou inquérito civil, para investigar denúncias contra a Prefeitura de Natal, após matéria da TRIBUNA DO NORTE, publicada no último dia 12.O promotor João Batista Barbosa está aguardando as informações solicitadas acerca das obras realizadas no calçadão de Ponta Negra, pela empresa Sicol. A empresa é acusada de abandonar entulho irregularmente no local. Com o movimento das marés, os resíduos foram espalhados pela praia, causando danos.
A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente deu prazo de 5 dias para a Urbana realizar vistoria no local; como também, a Semsur e Semopi informarem sobre a fiscalização da obra. Uma audiência de conciliação será realizada na próxima terça-feira (24), na Promotoria de Justiça.
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