O Jornal de Hoje: Arena de ideias com o deputado Fernando Mineiro

Por Conrado Carlos, editor de Cultura d'O Jornal de Hoje

[1ª Parte]

Parte significativa da história nacional foi, é e será ambientada em Minas Gerais. Se, entre os séculos XVII e XVIII, metade do ouro do mundo saia da região que recebeu mais de um milhão de escravos africanos e funcionava como centro econômico da então colônia portuguesa, hoje, o Estado emblema da nação, com o sul de IDH europeu e o norte na disputa do photo finish com o sertão nordestino para ver quem cruza primeiro a linha da miséria, virou palco das disputas mais ferrenhas entre candidatos à presidência do país. Dizem que Minas é quem decidiu a vitória de Dilma Rousseff, ela mesma nascida em Belo Horizonte, assim como o opositor Aécio Neves.

Com 853 municípios e um território do tamanho da França, é de lá que vem o personagem desta quinta-feira ensolarada e feliz para a nação rubro-negra. Pois foi da pequena Curvelo, cidade do tamanho de Caicó, que o biólogo Fernando Wanderley Vargas da Silva saiu. Transformado pela militância social, e pelas urnas, em Fernando Mineiro, o professor, que completará 58 anos em dezembro próximo, virou uma das figuras mais carismáticas e acessíveis do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte. Reeleito para mais quatro anos no parlamento potiguar com 42 mil votos (campeão em Natal), ele me recebeu em seu gabinete, na manhã de ontem (29), para uma conversa com uma hora de duração.
Às 9h 03 eu estava sentado em um dos quatro assentos disponíveis na recepção do diminuto gabinete. Diante de uma simpática funcionária, reajustava questões que levantaria com o deputado no instante em que escutei pancadas na porta. Era Miguel Mossoró, o sargento de milícias cheio de memórias que sacudiu a eleição para prefeito em 2004. “O deputado está aí?”. A negativa o fez sumir pelos corredores da Assembleia Legislativa por uns quinze minutos. No retorno, veio mais incisivo. Sem repetir a pergunta, soltou que “quero bater um papo com ele sobre 2016”. Pediu o telefone de Mineiro e o endereço do diretório do PT. “E o escritório de Fátima, onde é?”. A recepcionista foi taxativa. “Sei não”.
Fiquei feliz e preocupado ao ver que duas das três pessoas que me ladeavam na espera folhearam O Jornal de Hoje (a concorrência permaneceu bem dobradinha na outra ponta da mesa). Minha ‘noia’ era com a página nove, esta que você agora fixa os olhos. Não tem coisa pior para quem escreve do que estar anônimo em meio a possíveis críticas – ainda mais depois dos artigos que soltei nos dias que antecederam a eleição. Como Cultura é das editorias menos lidas, ambos ficaram no primeiro caderno, sobretudo na notícia de que o deputado federal Henrique Alves decidiu ser empresário e especialista na própria terra. “Agora vai conhecer o Estado, né, Henriquinho?”, disse em tom de deboche uma das mulheres que, com uma amiga, assistia a um vídeo humorístico, cujo protagonista era Aécio Neves.
Mineiro chegou às 09h50 e logo se desculpou pelo atraso. Na noite anterior, participara de uma justa comemoração com amigos, ao som de Paulo Moura e Caetano Veloso. E na mesma quarta-feira ainda fugiria do turbilhão da campanha para descansar em uma praia aqui perto. “Não passe nenhuma ligação”, ele disse no interfone. Foi a senha para a pergunta inicial. Quis saber como ele analisou a vitória da presidente Dilma Rousseff com uma porcentagem menor do que o total de votos em Aécio Neves, mais brancos e nulos. Ou seja, das pessoas que saíram de casa no domingo passado, menos da metade optou pela manutenção do governo vigente – fato inédito desde a redemocratização, em 1989.
“Eu achei essa eleição uma das mais importantes da história do Brasil contemporâneo, primeiro pelo envolvimento da sociedade, em particular no segundo turno, e pela polarização, diga-se de passagem, dos dois lados. Acho que as candidaturas da Dilma e do Aécio mobilizaram milhões, e mobilizaram setores da sociedade. E isso foi muito importante para a democracia, importante para construir pró-ativismo na política. As pessoas se envolveram, compraram a ideia de ir às ruas em defesa de seus candidatos. É lógico que a polarização acaba tirando do armário ódios, ressentimentos, xenofobia, racismo, todo tipo de sentimento que as pessoas, às vezes, escondem no dia a dia, mas que na hora da polarização elas acabam expondo”.
Os projetos foram vendidos como antagônicos pelos dois candidatos. De um lado, foco na redução da desigualdade social com programas de transferência de renda e investimentos em capacitação técnica da população, principalmente os jovens. Do outro, a bandeira de que o fomento à economia, com incentivos à indústria e ao agronegócio, pode aumentar renda e postos de trabalho. Números de cá, mentiras de lá, Dilma e Aécio protagonizaram uma feroz disputa em que, muitas vezes, o bom senso e o abuso das táticas marqueteiras de campanha predominaram. Apontar um culpado para a ‘luta de classes’ estabelecida nas ruas e na arena virtual é missão das mais inglórias.
“Mas isso para mim é um efeito colateral. Eu quero extrair o que foi positivo, que foi a disputa de projetos. Nós tivemos dois grandes caminhos e a sociedade brasileira optou pela continuidade de um projeto com a convicção, com a ideia de que é preciso mudar mais. O fato de a votação do Aécio, nulos e brancos ser maior que a da Dilma é natural em um país em que o voto é obrigatório, e as pessoas não estão todas envolvidas. Mas se você pegar o percentual de votos e comparar com a de outros países, é a maior participação eleitoral do mundo. Acho que isso é muito importante para nós. A política tem um processo de não encantamento das pessoas. No segundo turno teve um rompimento disso”.
O papel dos jovens
Valentões virtuais entraram na linha de pensamento do deputado. Sujeitos que adoram o anonimato ou o distanciamento do oponente, mas que gritam ofensas e criticas ácidas sem embasamento costumam ser indagados pessoalmente. Do leão solto no quarto de casa, ao anão (como Mineiro se referiu a alguns dos meliantes das redes sociais) no tête-à-tête, debater política é uma arte que requer estudo e paciência. Como terra de ninguém, a internet está cheia de bandoleiros que descarregam seus Colts 45 nos inimigos sem dó. Por outro lado, foi ali onde o cidadão pode se expressar e colher impressões sem o direcionamento observado em veículos tendenciosos – jornalismo é oposição, só que com honestidade intelectual e para com os fatos.
“O que mais me agradou nessa campanha foi a participação dos jovens. Se não fosse a participação voluntária, criativa, alegre e a garra determinada da juventude… eles são os grandes responsáveis pela vitória da Dilma no Brasil. Não tenho dúvida disso. Eu fico muito animado em ver os jovens fazer a defesa de projetos políticos, quando as pessoas dizem que o jovem é muito apático, é desinteressado. Pelo contrário. Eu acho que os jovens fizeram a diferença no processo eleitoral”. Ainda que a retórica petista inclua palavras como ‘reacionário’, ‘elites’, ‘conservadores’ e ‘progressistas’, a sensatez de conversar com diversos segmentos econômicos deve compor o cabedal de virtudes de um governante. Caso contrário, o chumbo grosso é diário.
O que parece ter início na gestão federal, com Dilma Rousseff conclamando a classe empresarial e a oposição para o diálogo. Diante de números preocupantes da economia (PIB estagnado, inflação acima do programado, redução da atividade industrial, exportações pífias, etc), negados pela presidente durante a campanha, talvez para não munir adversários, mas confirmados no dia seguinte à eleição com o anúncio de que virá um pacote até dezembro, Fernando Mineiro compara o resultado da apuração nas regiões e questiona a suposta divisão entre Norte-Vermelho e Sul-Azul apresentada por analistas – segundo o site do TSE, o Sudeste tem 62 milhões de eleitores, o Nordeste, 38, o Sul, 21, o Norte, 10,8, e o Centro-Oeste, 10,2 milhões.
“Primeiro é preciso entender o mapa da votação. Essa ideia disseminada, com forte recorte preconceituoso, de que o Norte e o Nordeste, mais Minas e o Rio de Janeiro, deram a vitória a Dilma é falsa. Se você pegar o mapa, vai ver que ela teve mais votos no Sul e no Sudeste do que no Nordeste, em números absolutos. A Dilma teve uma votação importante em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. [...] O setor onde mais se desenvolveu no Brasil, nos últimos anos, foi o Nordeste. Então era para ser o contrário, né? Se eu fosse entrar nesse tipo de discussão [entre Estados prósperos serem pró-Aécio e os mais atrasados, pró-Dilma] [...] eu diria que a área que mais se desenvolveu nos últimos anos votou na Dilma. Existe uma disputa pelos rumos da economia”.
A dimensão da crise econômica mundial iniciada em 2008 deve ser revista, na opinião do deputado. Com vários segmentos e grupos na disputa pelo direito de ditar os rumos da economia, o choque entre visões distintas sobre o formato de desenvolvimento foi exposto no segundo turno das eleições. “A estabilidade vista pelo Lula, pela Dilma e pelo PT não é um fim em si. Ela tem um sentido que é o processo de distribuição de renda, de quebrar as desigualdades, e é isso que a Dilma fez. Se você comparar o Brasil com outros países, tem é que elogiar o desempenho do Brasil. Diante de uma crise global, quem paga a conta? O governo e a Dilma optaram em não jogar o preço da crise nas costas dos trabalhadores”.
Ao assumir que existem gargalos na economia, ele destaca a saturação do mercado interno e da produção de bens de consumo, além de necessidades urgentes de maiores investimentos em infraestrutura, para suprir um déficit que perdura décadas. A atuação dos governos estaduais e municipais, neste sentido, seria complementar às iniciativas federais – esfera dotada com a maioria dos recursos. Potencial energético subaproveitado e, principalmente, a crise hídrica em São Paulo também foram apontados como exemplos de históricos de falta de planejamento. Na edição de amanhã (31), estes e outros assuntos aqui não abordados terão sequencia na publicação da segunda parte da conversa sobre o que defende cada parcela da sociedade.

[2ª Parte]

Nesta segunda parte da entrevista com o deputado estadual Fernando Mineiro, concedida na manhã de quarta-feira passada (29), temas como infraestrutura, segurança pública, guerra midiática na campanha e estabilidade econômica entram em pauta. Firme na defesa de posições do Governo Federal e combativo na comparação com a gestão tucana (1994-2002), ele é otimista quanto ao futuro da participação popular na escolha de seus governantes e pessimista quanto a um possível comando da oposição. Ainda que parcela expressiva dos economistas aponte falhas na condução da política econômica do Governo Dilma que, segundo eles, teria tudo para jogar fora parte dos avanços conquistados na Era Lula (2003-2010), Mineiro acredita que o maior trunfo petista é a redução da desigualdade, como forma de cobrir lacunas na cadeia produtiva nacional.

O Brasil investe apenas 18% do PIB em infraestrutura, índice que o coloca em 23º lugar, entre 30 países da América Latina, à frente apenas de lugares como El Salvador, Guatemala, Paraguai e Trinidad e Tobago. Muito pouco para a sexta (ou sétima) maior economia do mundo – o que explica, em parte, o medonho Custo Brasil. Nos países da aliança do Pacífico, por exemplo, perdemos para México (20%), Chile (24,1%), Peru (27,8%) e Colômbia (23,7%). Se a comparação for feita com outros emergentes de porte semelhante, a vergonha é grande, pois Rússia (25,3%), Índia (35%) e China (48,8%) demonstram a razão do crescimento vigoroso das últimas décadas com a frequente inauguração de estradas, portos e aeroportos – em seu próprio território, não em parceiros ideológicos. Mineiro destaca a falta de sincronia das esferas de poder e cita exemplos da falta de parceria administrativa.
“Não é só o Governo federal que é responsável pela infraestrutura. Vou dar um exemplo muito claro. Você tem um potencial energético fundamental de energia renovável, inclusive de energia hídrica, solar, eólica, que precisa de ações integradas com os outros entes da Federação. Você pega a questão do saneamento. O Governo Federal tem R$ 75 bilhões disponíveis para saneamento e aqui no Estado tem R$ 1,5 bilhão, deve ter cinco, seis, dez anos…se você for na Caixa Econômica e perguntar o montante disponível para saneamento no Rio Grande do Norte, você vai ficar surpreso que deve ter quase ‘um bi’ ou mais e não é de agora. A gestão desses recursos é estadual. Outro gargalo é a questão das estradas, que tem uma série de dificuldades para tocar em um país que nas últimas décadas destruiu o parque ferroviário e suas rodovias”.
Barreiras ideológicas e jogo de interesses travariam o pleno funcionamento dessas parcerias entre governos. O dinheiro existe, é captado através de tributos, disposto em programas e projetos, mas na hora de a articulação acontecer, vem a politicagem e a incompetência. É o governador do partido inimigo, técnico que emperra a elaboração do projeto executivo, gestor que pouco cobra de seus subordinados. E quem paga pela falta de trabalho sério e honesto é, sobretudo, o periférico, largado em bairros e cidades carcomidas pelo tempo e pela corrupção. Quem mora no Leblon ou em Higienópolis, sabe que existe um pedaço de chão seco em uma banda oriental do país, que desde Cabral está na mesma situação. Enquanto que o sertanejo está se lixando para crise hídrica paulista que roubou votos preciosos de Aécio Neves.
“O problema todo é que a questão da infraestrutura não é uma discussão isolada, não são soltas no mundo. Ela tem interesses. Existe uma disputa no setor empresarial, em termos regionais, para onde vão ser alocados os recursos da infraestrutura. Nesse sentido, teve uma opção que é inverter um pouco as diferenças regionais, investir em regiões até então esquecidas, descentralizar os investimentos da indústria, e esse setor, digamos, mais paulistano, que controla a política e os recursos mostraram principalmente pela elite paulistana que eles são contrários a esses projetos. Isso é histórico no Brasil. Eu acho até natural, quem conhece a história do Brasil, ver alguns interesses dos grupos mais paulistanos contra o Governo Federal”, diz Mineiro, deputado que iniciará sua quarta participação no parlamento potiguar em janeiro que vem.
Isso tudo com o Brasil sendo o país que possui as maiores reservas de água do mundo, com as bacias amazônicas e o Aquífero Guarani (rios Paraná e Paraguai, dentro do Pantanal) na dianteira. Portanto, faltam água, investimentos e, para piorar, segurança para o cidadão, que olha para a metrópole e pensa em fugir para o interior ou cidades litorâneas. Foi-se o tempo em que sonho de viver na tranquilidade de uma praia nordestina era possível. A violência atingiu patamares epidêmicos, ainda que existam os contemporizadores, aqueles que acreditam na tese de que a mídia implantou o clima de terror para derrubar governos. São 12 anos de gestão petista sem uma batida na mesa para a convocação dos 27 gestores estaduais que, por outro lado, assistem a carnificina com um copo de scotch na mão esquerda e um puro cubano na direita. Como em qualquer guerra, os generais precisam conversar.
“O discurso para culpabilizar o Governo Federal na área da segurança foi focado na questão das fronteiras como se o problema fosse apenas e tão somente a questão das fronteiras. Esse discurso foi muito colocado pelo Aécio durante a campanha, para tentar dizer que a culpa é do Governo Federal. Nós temos que repensar a segurança como um todo no Brasil. O fato de você ter o aparelho de segurança, polícia civil, militar, penitenciária, bombeiros, todos os órgãos envolvidos, sob responsabilidade estadual é um legado dos anos 1930, 1940. Essa ideia de que os Estados tinham a polícia, tinha a força para se contrapor as disputas regionais. Isso não mudou. A Constituição de 88 manteve esse modelo”. Com mais de 50 mil assassinatos em 2013, e na casa dos 600 mil, desde que Lula chegou ao poder, o jogo de empurra-empurra terá prorrogação e pênaltis, com risco de faltar luz no estádio e ninguém saber o vencedor.
Eu acuso!
Fernando Mineiro justifica uma das ‘defesas de campanha’ da presidente Dilma como pontual. Ao mencionar o êxito das operações realizadas durante a Copa do Mundo, deve-se amenizar resultados, tendo em vista que a concentração de recursos e material humano foi incomum, em virtude da importância do evento. “Mas pegue um programa como o Brasil Mais Seguro. É um programa fundamental. Vou dar um dado do Rio Grande do Norte. Em janeiro deste ano, o programa fez convênio com o Governo do RN na ordem de R$ 33 milhões para implementar uma série de ações, como reforçar a polícia investigativa e científica, articulando as esferas de governo, inclusive o Ministério Público e o Poder Judiciário, e não saiu do papel. Porque você não teve gestão estadual em relação a isso. Eu acompanhei de perto. O Governo do Estado teria que disponibilizar R$ 1,6 milhão para poder receber R$ 32 milhões”.
Mais que armas e demais equipamentos, ele sabe que uma nação segura deve investir pesado em educação, saúde, habitação, transporte, iluminação, esporte e cultura. “Eu estou muito otimista com a ideia da presidente Dilma de buscar a integração entre as polícias e de avançar nos programas sociais. De mudar a cultura da violência para a cultura da paz”. Paz essa que faltou no debate eleitoral vivenciado até semana passada. Uma guerra retórica sem precedentes abriu um talho de dúvida sobre ambas as campanhas que chegaram ao segundo turno. Vimos um festival de mentiras e comparações disparatadas, que despertavam vergonha alheia, em vez de boas perspectivas. Como um dos líderes do PT no Rio Grande do Norte, Mineiro acredita que os rivais foram os puxadores do trio elétrico de onde saia uma música fúnebre.
“Essas disputas, os ataques, essas bobagens, eu acho que é uma coisa residual. Fica muito residual na cabeça das pessoas. Elas se definem por outros mecanismos, por outras razões do que essa guerrinha que o marketing acaba adotando na disputa. O que determina o voto das pessoas são razões muito mais complexas, muito mais amplas do que essas questões que eu atribuo a bobagens marqueteiras. Se fosse por esse mecanismo de bombardeamento midiático, a Dilma tinha perdido de lavada, porque a mídia, com raríssimas exceções, ficou com Aécio. Criou factoides, criou mentiras, falsidades. Nas redes sociais se reproduz a mesma disputa, porque boa parte dos conteúdos tem a fonte na mídia tradicional. A novidade é que não só mais um lado fala, outros lados falam. Eu não só consumo informação, eu produzo informação. Há um deslocamento do eixo de como a sociedade está à frente do conhecimento, porque ela também produz informação”.
E nessa luta pela informação, creditar sucessos dos outros em beneficio próprio foi feito como nunca na história deste país. Segundo Mineiro, um dos principais ‘enganos’ é feito com o Plano Real e a estabilidade econômica. “O Plano Real foi no Governo Itamar [FHC era Ministro da Fazenda]. É lógico que é mérito. Mas o maior mérito é a distribuição de renda. O problema é a ideia do monetarismo, do rentismo. Na cabeça dos caras só pensam em estabilidade sob um aspecto da economia. A grande estabilidade é a diminuição da desigualdade. A discussão não é comparar números, mas comparar concepções. Qual a ideia do Governo Fernando Henrique para o ensino profissionalizante? Ele baixou um decreto proibindo a criação de escolas técnicas. Depois que o presidente Lula assumiu ele mudou o decreto e começou a criar escolas técnicas em todo o Brasil, que são verdadeiras usinas de conhecimento, de ciência, de desenvolvimento. É uma concepção. Se eles hoje estivessem no comando, mesmo com o volume de recursos, eles levariam o país para outro caminho, como levaram Minas, como levaram São Paulo. Eles deixaram faltar água, o paulistano reelegeu o Alckmin e os industriais não se levantaram contra. Você quer exemplo maior de conivência com a falta de planejamento? Aí vem o PSDB arrotar falta de planejamento no Brasil, diante do aconteceu em São Paulo, se água é responsabilidade da gestão estadual. Como esse povo tem moral para discutir projeto de Brasil com quem quer que seja?”.
Na semana que vem, alguém responderá esta pergunta.

Fonte: O Jornal de Hoje

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