Ao rebater o deputado federal eleito Rogério Marinho (PSDB), que afirmou que o PT “bate carteira e grita pega ladrão” para confundir a opinião pública, a senadora eleita Fátima Bezerra (PT) classificou o grupo político do tucano de “fantasmas do passado” renegados pela população brasileira no último dia 26 de outubro. Além disso, a petista acusou Rogério e o PSDB de voltarem os olhos para apenas um terço da população e de abandonar os que mais precisam.
“Deve ser muito difícil para alguns assimilar as transformações dos últimos 12 anos. Foram essas transformações que fizeram com que os brasileiros e brasileiras temam tanto voltar aos fantasmas do passado”, disse Fátima, ao defender as conquistas dos últimos anos. “O povo brasileiro quer a continuidade das ideias novas; quer o controle da inflação, mas sem produzir os chamados ajustes e as medidas impopulares, o arrocho salarial e o desemprego. Quer a continuidade dos programas sociais e estruturantes, que mudaram para sempre a vida da nossa gente. O povo brasileiro não quer de volta aqueles que trouxeram o racionamento de energia e – com a auto-estima no seu devido lugar – não aceita mais um governo que se ajoelhe diante do FMI e das grandes potências mundiais. A nossa independência perante o mundo é uma conquista que ninguém quer perder”, afirmou.
Em entrevista publicada ontem no JH, Rogério abordou o escândalo do petrolão. “A corrupção existe e precisa ser combatida. Eu diria que o PT usa uma tática que é a mais grave, aquela onde o ladrão bate a carteira e sai correndo gritando ‘pega ladrão, pega ladrão’ para confundir as pessoas”. Além disso, o tucano, que assumirá novo mandato a partir de fevereiro de 2015, criticou a forma como o governo federal vem enfrentando a sequência de denúncias na administração da presidente Dilma Rousseff, principalmente em torno da Petrobras. “O PT, hoje, está muito preocupado exatamente em colocar todos no mesmo saco. Tipo, ‘eu roubo, sim, mas todos fazem o mesmo’”, disse.
Fátima rebate, recordando a “herança maldita” dos tempos do governo de Fernando Henrique Cardoso. “Deve ser muito difícil, realmente difícil, pôr embaixo do tapete, sem sucesso, uma herança maldita, permeada entre os anos de 1995 e 2002, Governos do PSDB. As pessoas querem, sim, mais educação de qualidade, um país cada dia mais forte, mais igualdade. As pessoas almejam pelo fim da corrupção, mas sabem também que somente com órgãos de controle independentes e autônomos – e não de mãos atadas – isso será possível. Não foi este o cenário de 1995 a 2002”, destacou ela.
Para a petista, falar em investigação não é o forte do PSDB de Rogério, haja vista o partido ter vários exemplos de casos empurrados para debaixo do tapete. “Quando não se investiga, não se combate a corrupção. Foi isso que ocorreu de 1995 a 2002, no governo do PSDB. Antes existia o engavetador-geral da República, hoje temos um Ministério Público e Polícia Federal fortes e comprometidos com a verdade”.
Ainda segundo Fátima, “o PSDB se ressente de, mesmo com todo o esforço, não ter conseguido esconder os atos de corrupção em seu governo. Essa tese, portanto, de partido ‘gritar pega ladrão’ e impor aos ‘honestos’ a pecha de corruptos, definitivamente, não condiz com a história do PSDB e da direita do nosso país”, acrescentou. “O povo brasileiro tem memória. E é hora de todos trabalharem pelo RN, pelo Nordeste, por todo o Brasil. A eleição acabou, seria de bom alvitre aceitar a decisão das urnas”.
Robinson terá no PT parceiro para superar os problemas do RN
O PT terá uma reunião da sua comissão política com o governador eleito Robinson Faria nos próximos dias. A expectativa do partido é aprofundar o diálogo estabelecido com o PSD durante a campanha, além de participar com ideias e nomes do governo e contribuir para um projeto novo no RN.
“O governador eleito Robinson terá no PT e no nosso mandato parceiros para superação dos graves problemas que o estado enfrenta. Sabemos que será necessário um esforço muito grande, dedicação, e muito trabalho para alcançar os objetivos e fazer o Rio Grande do Norte avançar e se desenvolver”.
Fátima disse saber que o futuro governador está imbuído em não medir esforços para resgatar o Estado da situação difícil na qual se encontra. “Nós do PT estaremos dispostos a ser a ponte junto ao governo federal para articular as parcerias que o RN precisa. Tenho certeza que, com a união de esforços e comprometimento, conseguirmos mudar essa realidade para melhor”.
do JH
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