Rio de Janeiro (ABr) – O Rio Grande do Norte é o estado com a maior oferta de energia eólica cadastrada para o Leilão A-3, previsto para o dia 24 de julho. De acordo com informações divulgadas ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o estado tem 3.100 Megawatts (MW) em projetos cadastrados. Maior gerador de energia eólica do Brasil, o RN perdeu espaço nos últimos leilões para estados vizinhos.
Para o leilão de julho, a quantidade de projetos cadastrados não necessariamente estará, porém, na disputa. Isso, porque os cadastrados ainda passarão pela fase de habilitação, na qual documentos são analisados para atestar quais projetos estão aptos a disputar os contratos. Ao todo, 521 projetos de geração de energia elétrica, totalizando 18.929 megawatts (MW), se cadastraram na EPE para participar do Leilão A-3.
Do total de empreendimentos cadastrados, 475 são de geração eólica (dos ventos), correspondendo a uma oferta de 11.476 MW. Há 18 usinas termelétricas a gás natural (6.648 MW), 13 termelétricas a biomassa (604 MW) e 15 pequenas centrais hidrelétricas (201 MW).
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, ressaltou o fato de a energia eólica se destacar novamente nos leilões de energia. Segundo ele, isso evidencia “que esta fonte vai continuar crescendo na nossa matriz”. Ele acredita que somando os parques já contratados e os novos projetos que serão contratados futuramente, o Brasil ganhará posição no mundo no campo da energia eólica.
Estados
O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram a oferta de geração eólica nos empreendimentos cadastrados, com 3.100 MW e 2.471 MW, respectivamente, englobando 132 e 105 projetos. Em seguida, aparecem o Ceará com 91 projetos (2.246 MW) e o Rio Grande do Sul, com 93 projetos (2.089 MW).
Já nas térmicas a gás natural, Sergipe e Rio de Janeiro lideram, com a possibilidade de receber, respectivamente, três e quatro novas usinas, com capacidade instalada total de 4.141 MW. Maurício Tolmasquim observou que a oferta de termelétricas a gás natural e a biomassa é essencial para garantir a segurança do abastecimento de energia no país.
Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE este mês, a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, disse que a crise no abastecimento de água e energia elétrica deve favorecer o setor eólico. A estimativa da Associação é que, ao longo de 2015, sejam contratados 4 Gigawatts em energia dos ventos. Em momentos como este, explicou Elbia, o Governo precisa aumentar a capacidade instalada e contratar mais energia. “Nisso terá que promover mais leilões e considerando que a eólica é a que mais cresce, devemos ter mais parques contratados”, afirma.
Os leilões de energia são importantes porque estimulam os investidores a tirarem os projetos do papel, já que garantem mercado para a energia, por meio de contratos de longo prazo. Eles também incentivam a cadeia produtiva, criando demanda para a indústria e uma série de serviços relacionados à implantação desses projetos. Entre as consequências positivas estão a geração de mais empregos principalmente na etapa de obras e movimento para a economia, com mais dinheiro em circulação. Para o país, além disso, ganha-se uma maior disponibilidade de energia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário