Obras na ponte não têm data

Veículos trafegam sobre o rio em uma estrutura cheia de rachaduras. Problema teve origem em abril de 2012, mas não houve reparos
A Estrada da Redinha - avenida João Medeiros Filho - deve ganhar uma nova estrutura para a passagem da água do rio Doce. Mas não há previsão para início dessa obra, nem dinheiro para torná-la realidade. Enquanto isso,  os veículos deverão continuar a trafegar sobre o rio numa estrutura cheia de rachaduras e deformada. A via estadual é um dos dois acessos ao litoral Norte do Estado, muito procurada por turistas nessa época do ano.  

A solução para a passagem sobre o rio Doce foi discutida ontem entre os técnicos do Departamento Estadual de Estradas de Rodagens do Rio Grande do Norte (DER/RN). “Vamos fazer um bueiro triplo celular de concreto. O que tem lá  é um bueiro de lata que tem uma durabilidade de 30 anos”, disse  Jorge Fraxe, diretor-geral do órgão. O rompimento de uma das três passagens de água que canalizam o rio sob a avenida aconteceu no sábado passado. À tarde, o DER aterrou completamente a passagem de água afetada e a área do asfalto que cedeu.

O diretor-geral não falou em prazos para a execução da obra, nem no dinheiro necessário. “Abri o processo e vou levar o problema ao governador para ele liberar os recursos”, disse Fraxe.     O diretor-geral do órgão responsável pelas vias estaduais   espera que a obra seja executada antes da estação chuvosa deste ano. Isso porque as duas passagens de água restantes podem não dar vazão ao volume do rio Doce em época de cheia. 

Essa é uma preocupação da dona de casa Socorro Damasceno de 39 anos. Moradora do bairro da Redinha há 16 anos,  a ribeirinha toma banho no rio quando a correnteza está suave. Sua intimidade com o rio Doce não anula o receio de que tem dele em dias de forte chuva. “Isso tudo aqui fica alagado. Se chegar um inverno forte e com esse bueiro tapado, não quero nem imaginar o que vai acontecer”, disse. 

A moradora afirma que quando veículos de grande porte passam pela região a estrutura toda estremece. Não é difícil encontrar o motivo. Ao lado do sentido Centro – zona Norte da João Medeiros Filho, há diversas rachaduras na lateral. Na maioria delas é possível até colocar as duas mãos fechadas de tanto espaço nas fissuras. Olhando lateralmente também é possível ver que o elevado de concreto  sobre o rio Doce está arqueado.  

Memória       
Os problemas nesse ponto da passagem de água do rio Doce não têm origem nesta semana. Em abril 2012, o lado da via no sentido zona Norte – Centro cedeu sobre o rio Doce. Naquele período, o lado que rompeu no final de semana já tinha rachaduras, mas absolutamente nada foi feito para repará-las. 

À época, apenas a passagem de água e a pista do sentido zona Norte – Centro foi recuperada. “A gente quer ver uma melhora de verdade, já que a gente paga impostos”, disse a dona de casa Socorro Damasceno.   Há quatro anos, só uma parte da pista ficou liberada enquanto a solução definitiva não era realizada. Isso causou transtorno ainda maior no trânsito já tumultuado da região mais habitada da capital. 

Além de saber qual a providência a ser tomada desta vez, a nossa equipe de reportagem tentou saber do diretor-geral do DER/RN o motivo de apenas um dos lado ter sido recuperado em 2012. Jorge Fraxe respondeu: “ai eu não sei. Em 2012, eu estava no Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]”. Questionado se não era necessário consultar registros de reformas anteriores para tomar uma decisão para a recuperação do problema atual. Fraxe disse: “não tenho que saber nada. Eu estou dando uma solução que vai durar pelo menos 50 anos”. 

A estrada da Redinha cruza toda a Zona Norte de Natal, margeando o rio Potengi por 10,4 quilômetros entre a Ponte de Igapó e a praia da Redinha. A via é a principal ligação da zona Norte para as  zonas Oeste e Leste da cidade. 

da TN

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