Paciente tirou toda a próstata e perdeu 25kg durante o tratamento de radioterapia para tratar recidiva do câncer na glândula
Quem vê Artur Cezar Benvento hoje em dia, aos 54 anos, não imagina a dura luta que ele enfrentou contra o câncer de próstata entre 2019 e 2021. O empresário chegou a fazer uma cirurgia para retirar toda a glândula e ainda assim enfrentou uma recidiva que o obrigou a passar por um duro tratamento radioterápico.
A jornada de Artur contra o câncer de próstata começou muito antes dos exames aparecerem alterados em novembro de 2019. O pai do empresário também tinha retirado a próstata quando tinha por volta de 50 anos de idade — por isso, Artur fazia exames preventivos regularmente.
A recuperação do patriarca, porém, foi completa e tranquila, e ele viveu até os 90 anos. Era o cenário que o empresário esperava para si quando descobriu ter a doença.
Segundo o oncologista Igor Morbeck, da Oncoclínicas Brasília, responsável pelo tratamento de Artur, o câncer de próstata de fato possui um componente genético importante.
“Ter parentes de primeiro grau (pais, primos, irmãos) com a doença é um dos maiores fatores de risco, uma vez que essa população é a que costuma ter as formas mais agressivas do tumor. Outros elementos importantes são outros históricos de câncer, tabagismo, obesidade, pressão alta e diabetes. Essas comorbidades levam a dificuldades tanto no tratamento como no prognóstico do câncer”, indica o médico.
O câncer de Artur
O empresário fez várias biópsias em abril de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, e os resultados apontaram que o tumor era extremamente agressivo e não seria possível esperar para fazer a retirada. Em junho, ele realizou uma cirurgia robótica de alta precisão que removeu totalmente a próstata.
“O tratamento é complicado. Você tem uma doença silenciosa, que aparentemente não está te fazendo mal, mas é preciso fazer um combate bastante agressivo, que atinge sua saúde por um bom tempo, para lá no futuro, melhorar. Foram meses muito duros”, explica Artur.
A recidiva e a volta à luta
No caso do empresário, mesmo com a retirada da próstata e um cuidadoso pós-operatório, o câncer teve uma recidiva. “Não era o que eu estava esperando, foi um choque para mim”, conta.
Não é incomum que o paciente que passou por uma prostatectomia tenha recidivas. O câncer volta a afetar a região da glândula em 40% das pessoas que retiraram a próstata por inteiro. São considerados recidivas os tumores que reaparecem um ano depois da primeira cirurgia.
“Hoje os casos são menos comuns, as cirurgias robóticas nos permitem fazer retiradas da próstata com precisão e a radioterapia também evoluiu muito”, aponta Morbeck.
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