Os riscos de afogamento nesta época do ano aumentam, quando praias, rios, lagos e lagoas costumam ser utilizados com mais frequência pelas famílias. Com o período de férias, especialmente as escolares, a presença de crianças nesses locais, também cresce e, nestes caos, os cuidados devem ser redobrados. No Rio Grande do Norte, somente na última semana de dezembro passado, três pessoas morreram vítimas de afogamento. Diante dos riscos, o subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático do Corpo de Bombeiros Militar do RN (CBMRN), o tenente Christian Bari, alerta para as medidas que devem ser adotadas para amenizar os perigos na água.
Segundo ele, as praias de Miami, do Amor e Búzios são as que apresentam maiores riscos no litoral potiguar, em razão das chamadas correntes de retorno, geradas pelo acúmulo de água em áreas mais superficiais, provocadas pela ação do vento e das ondas. Por isso, a primeira dica para manter a segurança é conhecer esses locais e evitá-los. “Essas correntes são sinalizadas com bandeiras vermelhas. Então, é preciso respeitar a sinalização e buscar orientações, junto aos guarda-vidas, dos locais onde é mais seguro para tomar banho”, explica o subcomandante.
Além disso, alerta Bari, outras regras devem ser seguidas à risca. “Nunca se deve confiar demais nas próprias habilidades, mesmo se você esteja em áreas mais tranquilas, como lagoas, rios ou represas. É comum, nestes locais, que as pessoas tentem ir até determinados pontos ou busquem fazer travessias. E isso geralmente ocorre aliado à ingestão de bebida alcoólica, o que não deve acontecer. Já a entrada no mar em regiões com correntes de retorno deve ser evitada a todo custo”, orienta.
Em se tratando de crianças, os cuidados devem ser irrestritos. “Elas precisam contar sempre com a observação de um adulto. No mar, a distância máxima ideal [entre o adulto e a criança] é a de um braço, para que seja suficiente prestar socorro, se necessário. As distrações com celular ou bebida devem ficar de lado e o correto é que a criança esteja usando coletes. Além disso, é preciso atenção em casa, para evitar afogamentos em baldes, piscinas e até em vasos sanitários”, alerta Christian Bari.
Adultos, no entanto, não podem se descuidar. Na noite da última sexta-feira (29/12), um casal morreu afogado na praia de Barreta, em Nísia Floresta, município da Grande Natal. De acordo com o CBMRN, as vítimas são Jeruan Alcântara, de 63 anos, e Shirley Ferreira, de 59 anos. Segundo informações, o homem, que era suboficial de reserva da Marinha, foi arrastado pela correnteza e, ao tentar salvá-lo, a mulher também se afogou. Ela chegou a ser retirada da água por outro banhista, mas não resistiu e morreu.
O corpo do homem só foi encontrado na manhã do sábado (30/12), na praia de Camurupim,vizinha ao local do afogamento. Em casos como este, onde um banhista costuma ficar confuso, sem saber como ajudar a vítima, a orientação é que os bombeiros sejam acionados imediatamente, conforme ensina o subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático do CBMRN.
“Quem está presenciando um afogamento, deve ligar para o 193 (Corpo de Bombeiros) imediatamente. Quanto antes isso for feito, melhor, poque a demora vai atrasar nossa atuação e pode custar a vida de alguém. Se for seguro, a pessoa deve oferecer a flutuação como auxílio, ou seja, fornecer uma boia, uma prancha, uma tampa de isopor ou qualquer outra coisa que a vítima possa se agarrar e se manter na superfície. Importante reforçar que isso deve ser feito sem que a pessoa que está ajudando se coloque em risco”,indica o tenente dos Bombeiros, Bari.
Na terça-feira (26/12), outro caso de afogamento foi registrado nas praias do Estado. Lucas Vinícius Silva de Souza, de 18 anos, desapareceu enquanto tomava banho na praia de Zumbi, no município de Rio do Fogo, litoral Norte do RN. O afogamento aconteceu por volta das 8h30 e o corpo do rapaz foi encontrado à meia noite, na quarta-feira (27/12), na mesma praia. As informações dão conta de que ele entrou no mar acompanhado de um adolescente, que tentou salvá-lo do afogamento, mas não conseguiu.
Tribuna do Norte
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