Sindicatos querem volta de leitos infantis

 
Sesap suspendeu internações de crianças no Hospital Deoclécio Marques desde 2010

A s mudanças implantadas pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) nos hospitais regionais não estão sendo aprovadas pelo servidores e médicos do estado. Desde a gestão passada, o Governo do Estado vem tentando criar unidades de saúde de referência com a centralização dos tipos de atendimentos por hospitais. É o caso do Deoclécio Marques, em Parnamirim, que teve seus leitos de internamento infantil fechados no final de 2010 para se tornar especializado em politrauma. A unidade continua atendendo às urgências infantis, mas as crianças não podem ser internadas e ficam na sala de observação aguardando uma vaga em Natal. O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) e o Sindicato dos Médicos (Sinmed) fizeram uma manifestação ontem, na porta do hospital, pedindo a volta da internação de crianças e apontando, de maneira crítica, para a possibilidade da Sesap acabar com atendimento da pediatria que ainda existe.


Representantes do Sindsaúde e Sinmed realizaram protesto em frente à unidade de saúde, em Parnamirim Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
O presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, afirmou que a secretaria está com uma política de desativar serviços de um hospital e mandar para outros. " Isso é destruir o que hoje existe", reclamou o médico. Segundo ele, a enfermaria infantil do Deoclécio tinha 20 leitos para internamento e todos foram fechados, restando apenas a sala de observação, com 12 leitos. As crianças que são atendidas na urgência do hospital de Parnamirim e precisam ser internadas ficam na sala de observação esperando uma vaga no Varela Santiago ou Maria Alice Fernandes. " Muitas delas estão com problemas simples. Se forem para casa, podem piorar", ressalta Geraldo Ferreira.

Na sala de observação, os 12 leitos estão ocupados. Sete crianças esperam internação em algum hospital de Natal. Rosa Aldino da Silva, 17 anos, está com a filha de 1 ano e 6 meses com pneumonia desde sábado. A moradora de Parnamirim diz que não tem opção de unidade de saúde, por isso levou ao Deoclécio. A situação das mães é de completo desconforto: dormem em cadeiras, e a alimentação, quase sempre, chega depois de 24 horas no hospital. Maria da Conceição está com o filho de 1 ano e 3 meses internado há três dias. " A médica diz que não tem previsão de quando vai ter vaga. Não posso ir para casa, porque ele precisa tomar os medicamentos", relata a mãe.

A diretora do Deoclécio Marques, Elizabeth Carrasco, reafirmou que os leitos infantis foram fechados ano passado, restando apenas o atendimento de urgência. Porém, a responsabilidade de atender a clínica médica pediátrica é do município. A diretora afirma que a Sesap deseja transformar o hospital de Parnamirim em referência em politrauma, mas nega que exista uma data para o fechamento da urgência infantil, que vem atendendo clínica médica. Questionada sobre a lotação da sala de observação, Elizabeth disse que o número de atendimentos cresceu devivo a uma virose que se espalhou pelo estado. "O ideal é que cada município se responsabilize pela sua demanda", declarou. 
DN online

Nenhum comentário:

Postar um comentário