Dilma escolhe Brizola Neto para o Ministério do Trabalho

Brasília (AE) - O novo ministro do Trabalho, deputado Brizola Neto (PDT-RJ), tem como primeiro desafio unificar o partido ainda resistente com a escolha de seu nome para a pasta, desde a saída de Carlos Lupi, presidente do PDT, em dezembro do ano passado. Assim que teve o seu nome confirmado, Brizola Neto começou a conversar com os parlamentares de seu partido em busca de unidade. Uma reunião com a bancada deverá acontecer na próxima semana, depois da posse formal na pasta, marcada para quinta-feira.
Elza Fiúza/ABrBrizola Neto será o mais jovem ministro da equipe de primeiro escalão da presidenta Dilma RousseffBrizola Neto será o mais jovem ministro da equipe de primeiro escalão da presidenta Dilma Rousseff

"O fundamental é a unidade do partido e acabar com qualquer tipo de insatisfação", disse Brizola Neto. O ministro ressaltou que o PDT sempre deu demonstrações de apoio ao governo e ao programa desenvolvido pela presidenta Dilma Rousseff. "Não teremos grandes dificuldades em seguir o projeto de unidade do partido", prevê Brizola Neto. Segundo ele, o compromisso de todos é com a identidade do partido com o governo e com o projeto que representa o governo Dilma.

"Existe uma identidade muito grande do partido com o governo e essa questão do Ministério do Trabalho tem um simbolismo muito grande para nós. O clima é de muita cordialidade e de disposição para colaborar", disse o ministro escolhido pela presidenta.

Ainda como ministro nomeado, mas ainda não empossado, Brizola Neto vai participar nesta terça em São Paulo do ato em comemoração ao Dia do Trabalho promovido pelas centrais sindicais. Embora não tenha ainda o respaldo de toda a bancada, o ministro obteve apoio dos sindicalistas para ocupar o posto.

O PDT comanda o Ministério do Trabalho desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Com a saída de Lupi, envolvido em suspeitas de irregularidades em contratos com ONGs, o cargo vem sendo ocupado pelo interino Paulo Roberto dos Santos Pinto, em meio a pressões por uma nomeação definitiva. Até a troca de comando na próxima quinta-feira, Brizola Neto vai centrar energia em unificar a bancada.

Para PDT, escolha é da "cota pessoal"

Brasília (AE) - A indicação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho não agradou ao PDT. A bancada na Câmara reagiu e o ministro Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência da República, foi avisado pelo líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), de que o partido não reconhece no indicado um representante da legenda no primeiro escalão do governo da presidenta Dilma Rousseff.

Essa posição ficou explicitada durante telefonema de Carvalho a Figueiredo, na manhã desta segunda, quando ele foi comunicado da escolha oficial de Brizola Neto. O nome escolhido não tem o apoio da bancada, que preferia o nome do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). Outro cotado para o posto era o secretário-geral do PDT, Manoel Dias. Na bancada, Brizola conta com o apoio do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical.

Na conversa com Carvalho, conforme contou a interlocutores, o líder André Figueiredo afirmou que a nomeação de Brizola Neto resultaria em constrangimento forte na bancada e que o nome não tinha respaldo dos parlamentares. Nem a bancada nem a cúpula partidária foram consultadas, mas apenas comunicadas da escolha. O presidente do PDT, Carlos Lupi, esteve com a presidenta Dilma Rousseff antes do anúncio oficial da escolha. O nome de Brizola Neto está sendo considerado como uma escolha pessoal da presidenta e, portanto, da cota de Dilma Rousseff.


Deputados do partido afirmam que o PDT, independentemente de ocupar o comando de ministério, terá uma postura de independência e de cumprimento da linha programática do partido. "Somos aliados do governo, mas não somos subordinados ao governo Não podemos fugir de nossa linha programática", afirmou. o deputado Giovanni Queiroz (PA).

O escolhido

O novo ministro do Trabalho é neto do ex-governador fluminense Leonel Brizola, fundador do PDT, que morreu em 2004.  Leonel Brizola também foi governador do Rio Grande do Sul na década de 60 e ficou conhecido pela campanha contra o golpe militar. Brizola Neto (PDT-RJ) será o ministro mais jovem da equipe da presidente Dilma Rousseff. Ele tem apenas 33 anos. Brizola Neto foi eleito para a Câmara dos Deputados em 2007. Em 2011, licenciou-se do cargo para ocupar a Secretaria de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, função que exerceu durante dois meses. Filiado à legenda desde 1997, seu primeiro cargo eletivo foi como vereador do Rio de Janeiro, em 2005.  Em seu blog, disse que a pouca idade não é incompatível com o "equilíbrio".  Uma das paixões do novo ministro é surfar. No blog, Brizola Neto afirmou que integrou o projeto "Favela Surf Club", que ensina meninos das favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho a fabricar pranchas:  "Gostava (que saudade!) de pegar onda, e acabei por tornar-me amigo de vários jovens das favelas".
http://tribunadonorte.com.br/noticia/dilma-escolhe-brizola-neto-para-o-ministerio-do-trabalho/219037

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