"Hoje, revivendo o passado, eu acredito que as coisas estão bem diferentes com relação ao vestibular"


Durante toda a minha vida, a leitura sempre foi um hábito constante. Talvez daí eu tenha tido durante meu período escolar bem mais facilidade no estudo das disciplinas de Humanas, como História e Geografia, do que nas demais, como Matemática, Química ou Física. Até por isso, sempre precisei estudar muito mais estas matérias tidas como mais difíceis. Não sei bem explicar o porquê, mas o tempo acabou me levando a decidir pelo curso de Economia. Acho que insisti tanto em aprender estes conteúdos que não dominava perfeitamente, que acabei aprendendo a gostar do assunto e a ter ainda mais vontade de me especializar nos números e cálculos. 
Adriano AbreuRogério Marinho, economista e candidato a Prefeitura do Natal
Rogério Marinho, economista e candidato a Prefeitura do Natal

Na época em que me preparei para o vestibular, o resultado das provas era marcado por uma grande festa familiar e por momentos de muita tensão e angústia. Todos aguardavam com muita ansiedade por este momento, sejam os familiares, os amigos ou vizinhos. Lembro até hoje da felicidade dos meus pais quando entrei para a universidade. Hoje, olhando para os meus filhos que estão perto de disputarem o vestibular, acho que a sensação dos meus pais foi meio que de dever cumprido. Pelo menos este é meu sentimento ao ver que meus filhos têm sucesso nos seus estudos. É um orgulho para mim, no melhor sentido da palavra. 

Eu lembro que na escola, durante todo o meu ensino médio, nós esperávamos pelo vestibular sempre conversando com aqueles já haviam feito o exame. Era importante saber a forma como eles haviam se preparado e feito às provas. Para mim, em especial, o vestibular foi um momento de muita preparação, de muito estudo. E que bom que deu certo. 

Na época, tive que conciliar meus estudos do pré-vestibular com o Exército. O que no início foi meio a contragosto, se transformou em um dos momentos mais importantes da minha vida. No Exército era um aprendizado novo por dia. E aquela situação aliada à aproximação do exame do vestibular foi um período bastante rico para mim, contribuindo decisivamente para meu amadurecimento. Era a transição da minha adolescência para uma vida adulta.

O fato é que, mesmo sem um preparo ideal e precisando dividir o tempo, passei no vestibular para o curso de Economia. Hoje, sinto que fiz a escolha certa. Tudo o que aprendi na universidade tem sido de grande relevância para minha vida profissional e como homem público. Como economista, fui escolhido pelo meu partido, para coordenar nossa bancada na Comissão de Orçamento do Congresso, por exemplo, função que ocupei por alguns anos e para a qual considero ter sido fundamental minha experiência na Economia. 

Os conhecimentos econômicos também são de grande importância para um gestor público, já que nesta função é preciso administrar gastos, custos, orçamentos. Quando fui vereador e presidente da Câmara Municipal de Natal, esta era a minha realidade. Sempre me baseei nas questões orçamentárias para planejar investimentos, na quantidade de recursos para estudar novos projetos. Para mim, a análise prévia das ações é fundamental para que as mesmas deem certo. São ensinamentos que a Economia me deu para a vida. 

Hoje, revivendo o passado, eu acredito que as coisas estão bem diferentes com relação ao vestibular. Primeiro porque a quantidade de vagas no ensino superior aumentou consideravelmente. Assim como também aumentaram a quantidade de universidades e faculdades em todo o país. Não há mais tanta expectativa das famílias para a entrada do filho na universidade como havia quando passei no vestibular. Nosso desafio é lutar para que a qualidade do ensino oferecido também cresça, evitando o que acontece de forma comum atualmente, quando milhares de jovens diplomados estão sem emprego e sem nenhuma perspectiva no mercado de trabalho. 
da TN

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