Base da PM é depredada por população na Grande Natal


 do DN ONline
Desde o último sábado (20), uma cena de vandalismo chama a atenção de quem passa pela Rua das Mangueiras, no bairro de Golandim, em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal. A base comunitária da Polícia Militar que ali funcionava há até seis meses foi depredada pela própria população durante o final de semana. O capitão PM Ivison Araújo, comandante do destacamento da cidade, alega que não há condições, inclusive de segurança, para manter a unidade policial aberta naquela localidade.
 
Vitral da base comunitária PM foi parcialmente quebrado após população arremessar pedra (Paulo de Sousa/DN/D.A.Press)
Vitral da base comunitária PM foi parcialmente quebrado após população arremessar pedra
 
O prédio, que a princípio parece ser novo, está com parte da vidraça quebrada. Uma pedra foi jogada em um dos vidros e os estilhaços ainda estão espalhados pelo chão ao redor da base. O local está completamente abandonado.

Segundo a estudante Lilian Dayane, 17 anos, o fato ocorreu logo após um jovem ter sido baleado a poucos metros da base comunitária, na noite da última sexta-feira (19). "Acho que foi pouco. Era para terem destruído lá dentro para ver se a polícia fazia alguma coisa. Se o posto policial estivesse funcionando, esse crime não teria acontecido", diz a garota.

O operário João Paulo Silva, 22 anos, que mora em frente à base, diz ter ido dormir na sexta e nada escutou. Já na manhã do sábado, se deparou com a depredação. "Acho isso um desrespeito. Mas, na verdade, é vergonhoso ver uma estrutura assim abandonada. Vivemos aqui à mercê dos vagabundos. Há muito usuário de drogas que vem fumar aqui perto e quem passa é assaltado". Segundo ele, há seis meses nenhum policial tira serviço no posto policial.
 
Estilhaços ainda estão espalhados no lado externo do posto policial (Paulo de Sousa/DN/D.A.Press)
Estilhaços ainda estão espalhados no lado externo do posto policial
 
A dona de casa Ana Paula Araújo, 52 anos, moradora do bairro, diz que a população vive com medo da ação de criminosos por causa da falta de policiamento. "Essa área vive cheia de gente má intencionada e fica uma escuridão total à noite. Há cerca de um mês, meu filho teve a moto roubada aqui perto. E nem adianta chamar a polícia, pois vem muito tempo depois. A gente nem liga mais".

O aposentado Francisco Pereira do Nascimento, 72 anos, se diz indignado com a insegurança na área. "Aqui estão matando gente como se fosse bicho. E a polícia não vem aqui, se aparece é muito tempo depois".
 
INSEGURANÇA ATÉ PARA A POLÍCIA
O capitão PM Ivison Araújo diz que a polícia já tem ideia de quem tenha arremessado a pedra na base comunitária. "Sabemos que foi a própria população, mas essa não é a melhor forma de reinvidicação". Ele alega não saber há quanto tempo o posto está fechado e admite que não há condições de manter o local funcionando. "Imagina se houvesse um policiai ali, trabalhando, no momento em que jogaram a pedra. Ele podia ter morrido. Essa é uma área perigosa e não temos condição de manter alguém ali, até por uma questão de segurança".

Ele afirma já ter conversado com a população no Golandim e mostrou que a melhor opção é manter uma viatura circulando na área do que deixar o posto funcionando. "Desde sábado coloquei duas viaturas patrulhando aquela comunidade. Assim podemos cobrir uma área muito maior e dá maior proteção aos policiais".


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