Mãe suspeita de infanticídio no RN não será presa, diz delegado


Casa onde a mãe permanece com a família (Foto: Caroline Holder/G1)Casa onde a mãe permanece com a família (Foto: Caroline Holder/G1)
A mulher suspeita de matar o filho recém-nascido na quinta-feira (15) em Nísia Floresta, na Grande Natal, está em liberdade e aos cuidados da família. A estudante, de 19 anos, permanece em casa, onde o crime aconteceu. Segundo a polícia, ela não deverá ser presa, já que não oferece perigo a sociedade. Ainda de acordo com a polícia, a linha de investigação leva a crer que a mãe foi tomada pelo estado puerperal, quando o parto altera a mente e o corpo da mulher.
Delegado do caso (Foto: Caroline Holder/G1)Delegado do caso (Foto: Caroline Holder/G1)
“Toda mulher passa por essa alteração depois do parto. Algumas mais e outras menos. Só um exame psicológico vai confirmar o grau do estado puerperal dela. Se houver a confirmação de que ela estava sob este efeito perturbador, porém natural, iremos enquadrá-la no crime de infanticídio. Dessa forma, ela irá pegar no máximo 6 anos de prisão depois do julgamento. Se for homicídio, a pena pode chegar a 20 anos, mas acredito que não se encaixa nesta tipologia”, esclareceu o delegado de Nísia Floresta, Alexandro Gomes.
Ainda segundo o delegado, a estudante mora com os tios e uma prima, depois que foi expulsa de casa ao ter o primeiro filho, um menino de quatro anos. Grávida pela segunda vez, sem ter um relacionamento público, ela escondeu a segunda gestação.
“Como ela era muito gorda, pesa cerca de 130 quilos, não deu pra ninguém perceber. Eu até cheguei a desconfiar, mas nunca tive certeza”, disse a avó da estudante, Terezinha Lima, de 84 anos.
Avó está abalada com a notícia (Foto: Caroline Holder/G1)Avó está abalada  (Foto: Caroline Holder/G1)
Segundo depoimentos da família, na madrugada da quinta, a prima ouviu barulhos no banheiro e ao verificar encontrou a estudante coberta de sangue. Uma vizinha, técnica em enfermagem, foi chamada, e ao ver a gravidade da hemorragia ligou para o Samu. Só depois que a mulher foi socorrida os familiares encontraram o recém-nascido, morto, envolvido num vestido, coberto de sangue e dentro de um saco plástico.
“Pelo exame preliminar, o médico disse que a criança nasceu viva, pois aparentava ter parado de respirar a pouco tempo. Mas só depois do laudo do Itep saberemos a causa da morte. Se ele foi estrangulado, ou morreu com o impacto da queda”, afirmou o delegado.
O delegado ainda não ouviu a mãe, mas acredita que ela vai colaborar com as investigações. “A família disse que ela é uma menina de boa índole, calma, calada. Acredito que foi um ato isolado, provocado pelo estado pós-parto.
Rosa diz que estudante é amável (Foto: Caroline Holder/G1)Vizinha da estudante (Foto: Caroline Holder/G1)
A opinião do delegado é endossada pelas vizinhas da estudante. “Ela é uma menina amável, boa, uma menina ótima. Estou chocada com isso. Jamais imaginaria que ela faria isso. Foi um surto, ela não é uma assassina. Eu conheço ela. Somos amigas”, defendeu Rosa Lima. “Eu moro em frente a casa dela. Ela sempre foi normal. Calma, na dela. Não faz mal a ninguém”, completou outra vizinha que não quis se identificar.
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Janela do banheiro de onde a criança pode ter sido jogada (Foto: Caroline Holder/G1)Bebê foi arremessado (Foto: Caroline Holder/G1)
O corpo do recém-nascido foi encaminhado ao Itep, onde passará por uma perícia. O laudo deverá sair em 30 dias. A causa da morte ajudará na conclusão do inquérito. “O exame que indicará o estado mental e o laudo irão definir o crime. Infanticídio ou homicídio”, enfatizou o delegado.
G1/RN

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