De acordo com o MP, Alexandre Bruno participava das negociações para a compra do álcool combustível diretamente às usinas, enquanto João Maria Sátiro é suspeito de participar da operacionalização do esquema.
Os outros dois mandados de prisão que não foram cumpridos foram expedidos contra o empresário e suposto chefe do esquema, Alcivan Mendes, e o homem apontado como "laranja" do grupo, Severino Fernandes Nunes. De acordo com o MP, Severino usava o nome falso de João Henrique, como sócio de uma empresa alimentícia.
O poder público conseguiu agrupar essas empresas e ver o perfil da sonegação para poder deflagrar agora a operação. De acordo com José Airton, da Secretaria Estadual de Tributação (SET), a operação obteve sucesso quando relacionou as ações do grupo. "De uma em uma jamais seria estancado esse processo de sonegação. O prejuízo seria para toda a população com um combustível de má qualidade", disse, em referência também às supostas adulterações no combustível.
O titular da SET disse ainda que mediu os tanques dos postos e vai fazer a avaliação desses estoques. "Vamos traçar todo o perfil do ICMS e tributos federais sonegados. O prejuízo é bem maior do que a gente imagina. A sonegação de imposto deixa o fluxo de caixa comprometido", finalizou, o secretário.
De acordo com o Ministério Público, os postos de atuação da quadrilha são de bairros populosos. Estima-se que em torno de R$ 7 milhões foram sonegados em impostos dos quase 16.345.000 litros de álcool comercializados indevidamente.
Operação
A Operação Drible foi deflagrada na manhã desta terça-feira (13), às 5h pelo Ministério Público Estadual ao desarticular uma quadrilha que adulterava e atuava na compra e venda irregular de combustíveis no Rio Grande do Norte desde 2005. Ao todo, foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão nos postos Santo Antônio, Felipe Camarão, Nova Parnamirim, Nova Natal, Lagoa Azul, na distribuidora Mossoró e na transportadora Aliança. .
Ministério Público Estadual atuou na operação em conjunto com Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Estadual de Tributação, Agência Nacional de Petróleo e Polícia Civil. A quadrilha tinha ramificações em Natal, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, Taipu, Extremoz e Mossoró.
Modo de operação do grupo
Inicialmente, o grupo comprava álcool através de empresas fantasmas, do ramo alimentício. Essa empresa comercializava o combustível direto da usina a preços baixos, sem passar pela distribuidora, causando uma concorrência desleal. Numa segunda fase, criaram uma nova empresa com laranjas. Essas pessoas participaram como sócios. Uma das pessoas não existe e outra usou documento falso, como no caso de Severino Fernandes.
Em seguida, a quadrilha passou também a usar o nome de empresas de outros estados, inativas, para comprar diretamente à usina o álcool combustível para revenda desleal. O produto era destinado para outros estados, mas permanecia era no Rio Grande do Norte. A suspeita é que a usina faturava em nome daquela empresa inapta, burlando a fiscalização, obtendo beneficio fiscal de R$ 7 milhões, de 2005 para cá, de acordo com a SET. O grupo começou a diversificar o a fraude, partindo para a compra e revenda de bebidas alcoólicas, eletrodomésticos, armas e munições.
da TN
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