Momentos depois do assalto, policiais militares foram até o local, inclusive homens da inteligência da PM |
Segundo testemunhas, um bandido ficou dentro de um carro branco do tipo sedan pequeno de marca Chevrolet. Os outros três entraram na sede e seguiram direto para a área administrativa. Conforme Érick Dias, executivo de marketing do América, o setor é dividido em biombos dos quais o último deles é a tesouraria. "Ele passou pelo departamento pessoal, pelo marketing e foi direto na tesouraria", contou. O assalto começou por volta das 15 horas e não durou mais que cinco minutos.
Questionado pelo modo preciso de ação dos assaltantes, Padang diz não ter dúvida de que a quadrilha tinha informação privilegiada sobre o dia do pagamento e o local onde o dinheiro era guardado.
DINHEIRO VIVO
Conforme o presidente do Clube, realizar o pagamento dos salários dos jogadores com dinheiro em espécie é o método usado no América há muito tempo. "É uma praxe de muitos anos. Não só dessa gestão. Muitos jogadores não tem conta, querem que o dinheiro seja depositado na conta de uma cunhada, ou não podem receber o dinheiro na conta e por isso fazemos esse tipo de pagamento", explicou. Geralmente o dinheiro é repassado no mesmo dia em que é sacado.
O valor foi sacado ontem pelo vice-presidente financeiro, Eduardo Pagnocelli, na agência da Caixa Econômica Federal, da rua João Pessoa, na Cidade Alta. Dois policiais de folga faziam a segurança de Pagnocelli, prática também comum no América. Conforme o presidente do Conselho Deliberativo, os policiais que faziam as vezes de segurança também foram rendidos no momento do assalto.
Durante a ação, os bandidos chegaram a dar empurrões em algumas pessoas que trabalhavam no local. "Eles estavam tranquilos e de cara limpa, sem máscara nem nada. Eram profissionais", acredita José da Rocha. O prédio do América, na rua Rodrigues Alves, não tem câmeras de segurança. A Polícia Civil vai pesquisar imagens de sistemas de segurança dos edifícios vizinhos. Horas depois do crime, as testemunhas foram para a Delegacia Especial de Furtos e Roubos no bairro da Cidade da Esperança. Além de depoimentos, os funcionários foram tentar reconhecer os criminosos num banco de imagens da Polícia Civil.
O prédio da sede tem vigilantes somente à noite. Mesmo assim, foi justamente à noite a última vez em que a sede social do América foi assaltada no ano passado. Foi um arrombamento durante a madrugada na loja de produtos do Clube. Para Padang, a sensação agora é de impotência. "Eu estou transtornado, em estado de choque, principalmente em se tratando de um dinheiro que não é nosso". Ele também disse que não vai mais realizar o pagamento em espécie. "É arriscado e comprovado que que não vamos mais fazer assim", asseverou. Os demais funcionários do Clube já haviam sido pagos com depósitos em conta.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, policiais foram até o local no momento do assalto, inclusive pessoal da inteligência da PM. As informações foram passadas para a Polícia Civil. Até o fechamento desta edição, nenhum dos bandidos havia sido preso.
da TN
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