Procissão de Reis reúne 15 mil fiéis

Cantos foram entoados com grande comoção em homenagem aos reis Baltazar, Melchior e Gaspar, copadroeiros de Natal
O sol lançava seus últimos raios sob as águas do rio Potengi quando cerca de 10 mil pessoas deram início ali perto, no Santuário dos Reis Magos, à tradicional procissão dos Santos Reis. Pelo caminho, as demonstrações de fé ganhavam mais força com o aumento gradativo do público, que ao final da caminhada já era de quase 15 mil pessoas, conforme a Polícia Militar. Iniciada com 45 minutos de atraso, às 16h45, a procissão reuniu vários nomes da política potiguar.

Das janelas das casas situadas na Rua Areal, nas Rocas, as palmas se multiplicavam com o avançar da procissão. Entre os devotos, cantos foram entoados com grande comoção em homenagem aos reis  Baltazar, Melchior e Gaspar, cuja trajetória – guiada pela Estrela de Belém – permitiu o encontro com o recém nascido Jesus no dia 6 de janeiro.

A procissão teve início com saída das imagens dos co-padroeiros de Natal do Santuário de Santos Reis, na Praça Wilson Miranda, onde cumpriram o percurso pelas ruas João Carlos de Souza, Coronel Flamínio, São João de Deus, Areal, Pedro Afonso, Feliciano Dias, Rodrigues Dias, e ainda pelas avenidas Café Filho e Professor José Melquíades, retornando ao Santuário.

Dona Iris Freire da Silva, de 67 anos, agarrou a corda que isolava as imagens dos Reis Magos antes mesmo de acabar de rezar o terço. “Quando faltava cinco aves marias eu me agarrei na corda”, contou. Depois, só soltou no final, já perto da hora da missa. Promessa? “Não, não. Não faço promessa, faço pedido. De promessa eu me esqueço. Melhor fazer pedido mesmo”, explicou a passos curtos, sempre com a mão esquerda dada com a corda.

Mais à frente ia Dona Maria Luzia Silveira, de 71 anos, que segundo conta, vai à procissão ano após ano, desde 1982. Ou seja, são 32 anos segurando o ritmo dos Santos Reis. “A gente não cansa não. Gostei muito da programação esse ano”, disse.

PolíticosVários políticos estiveram presentes na procissão, momento que é considerado o ponto alto da Festa de Reis. O prefeito Carlos Eduardo disse faz questão de vir anualmente e que, como chefe do Executivo, a presença no evento religioso torna-se um dever.

“É sem dúvidas a festa mais tradicional e mais antiga de Natal e há uma devoção muito grande por Belchior, Baltazar e Gaspar. Faço questão de vir todos os anos”, comentou o prefeito.

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, contou que acompanha a procissão há muitos anos, numa tradição que já vem sendo passada de pai para filho, de geração em geração. “É uma devoção muito grande do natalense”, disse.

Neste ano, a missa de encerramento foi presidida pelo arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, que celebrou seus 18 anos de episcopado.

“O ponto alto é o dia 6 porque temos as missas e durante o dia todo o Santuário fica lotado. Pela manhã, temos a Missa dos Enfermos e a Missa dos Peregrinos, e a tarde, com a procissão, temos o momento mais forte, o auge da festa, o momento em que as pessoas participam mais. Muitas pessoas inclusive ficam apenas para a procissão, não vão à missa depois”, explicou o vigário paroquial do Santuário, César Luiz de Morais.

Bombeiros

Os organizadores aguardavam que viaturas do Corpo de Bombeiros fizessem parte do evento. De acordo com a mas a  assessoria do órgão, a organização do evento mandou apenas um ofício solicitando as viaturas, contudo não havia qualquer documentação que autorizasse uma procissão de tal porte, inclusive com trios elétricos, a circular pela cidade. Apesar da ausência de efetivo dos Bombeiros, a festa teve apoio da Polícia Militar e de ambulâncias.
da TN

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