CPI da Petrobras não trará novidades porque já há transparência, afirma líder do PT -

"Estamos tranquilos, porque sabemos da segurança com que a Petrobras é administrada, do zelo e do crescimento desta empresa”


O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), concedeu entrevista à imprensa nesta quinta-feira (23)  quando avaliou a liminar concedida pela ministra Rosa Weber, determinando a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) exclusiva para investigar supostas irregularidades na Petrobras.
O líder afirmou que a decisão será cumprida e alertou: “A CPI da Petrobras não terá novidade porque na Petrobras as coisas são transparentes. Os esclarecimentos já estão sendo feitos. A novidade será a investigação na compra de trens e metrôs em São Paulo, que envolve os governos do PSDB e já tem gente indo para a cadeia”, afirmou.
O PT defendia uma CPI mista – senadores e deputados – para investigar as denúncias contra a Petrobras e também para apurar a participação das empresas Alstom e Siemens no escândalo do metrô de São Paulo – conhecido como trensalão tucano - num suposto cartel formado para fraudar licitações do setor de transportes sobre trilhos nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
“Nós sempre concordamos com a CPI da Petrobras, tanto é que o nosso requerimento é exatamente igual ao da oposição, claro que com a ampliação do caso da Alstom em que já tem gente indiciada e com bens bloqueados”, reforçou. 
O líder do PT fez questão de frisar que o governo e as bancadas petistas - da Câmara e do Senado - estão tranquilos. “O mais importante é que estamos tranquilos, porque sabemos da segurança com que a Petrobras é administrada, do zelo e do crescimento desta empresa”. Vicentinho destacou que constatou nas falas da presidenta da Petrobras, Graça Foster, do ex-presidente da empresa Sérgio Gabrielli e do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, uma linha comum com relação ao caso da refinaria de Pasadena. “Claro que tem nuances, mas ficou evidente que a decisão pela compra foi tomada com parecer técnico, com discussões estratégicas e baseada na conjuntura do momento,” enfatizou.
Alstom
O líder Vicentinho deixou claro que o fato do Supremo Tribunal Federal ter se manifestado pela CPI exclusiva da Petrobras, ainda que em caráter liminar, não inviabiliza a criação de outra CPI para investigar o caso Alstom. “Já temos assinatura recolhidas para a CPI da Alstom. O pedido poderá ser apresentado no momento que consideramos mais adequado”, afirmou.
Convites
Sobre a quantidade de convites aprovados no Congresso para que ministros e a diretoria da Petrobras venham ao Parlamento prestar esclarecimentos, Vicentinho foi direto: “Existe tanta segurança quanto aos aspectos técnicos da Petrobras que não tem problema que todos venham, que falem, que esclareçam. “Nós estamos preocupados é em saber o que está acontecendo com o metrô de São Paulo. Ali sim, tem gente indo para a cadeia. Tem denúncias pesadíssimas que precisam ser esclarecidas”, cobrou.
André Vargas
Questionado sobre a possível renúncia do deputado André Vargas (PT-PR), o líder Vicentinho disse que não há novidades. “As opiniões estão muito bem definidas. Agora é aguardar os acontecimentos. Já começamos o procedimento para a eleição do primeiro vice-presidente”, informou. Vicentinho explicou que solicitou o adiamento da escolha, previsto para o dia 29 de abril, por uma semana. “Solicitei e o presidente da Câmara já acatou a nossa proposta. A escolha será no dia 7. E, assim vamos procedendo. A vida não pode parar”.
40 horas
Sobre a possibilidade do Plenário da Câmara votar, na próxima semana, a proposta de emenda à Constituição (PEC 239), que estabelece a jornada de trabalho em 40 horas semanais, sem redução salarial, Vicentinho disse que será o melhor presente para os trabalhadores brasileiros neste 1º de Maio. Ele, no entanto, ressaltou que os deputados empresários e empresários ligados à CNI (Confederação Nacional da Indústria) têm se manifestado contra a PEC. “Eu ficarei muito feliz se eles admitirem essa possibilidade de votar a redução da jornada. Essa é uma prioridade da nossa bancada”, enfatizou.
(Vânia Rodrigues - PT na Câmara)

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