Bancos terão até R$ 45 bi a mais para empréstimos

Segundo Sérgio Odilon dos Anjos, os bancos terão até R$ 45 bilhões a mais em caixa disponível
Brasília (ABr e AE) - O Banco Central (BC) anunciou ontem medidas para melhorar a distribuição de liquidez (recursos disponíveis) na economia. Foram alteradas normas de recolhimentos compulsórios – dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, sobre recursos a prazo e à vista – com impacto estimado em R$ 30 bilhões. 
O chefe do Departamento de Normas do BC, Sergio Odilon dos Anjos, disse que os bancos terão até R$ 45 bilhões a mais em caixa disponível para empréstimos com as medidas. Isso porque, além dos R$ 30 bilhões de liberação de compulsórios, o BC projeta que o impacto potencial das medidas, ao longo do tempo, pode chegar a R$ 15 bilhões. 
“Não pensamos na medida de hoje para amanhã. Temos de aguardar o comportamento da demanda para saber em quanto tempo esses R$ 15 bilhões se transformariam em crédito”, explicou. 

Medidas
Segundo o BC, para adotar as medidas foi considerada a evolução dos recolhimentos compulsórios nos últimos anos, que passou de R$ 194 bilhões ao final de 2009 para cerca de R$ 405 bilhões atualmente. O BC também cita a recente moderação na concessão do crédito, a inadimplência em patamares relativamente baixos e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional.

Uma das medidas permite que até 50% do recolhimento compulsório referente a depósito a prazo sejam cumpridos com operações de crédito. Assim, pelo prazo de um ano, 50% dos valores recolhidos poderão ser usados pelos bancos na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) de outras instituições.

O BC ampliou o rol de instituições financeiras elegíveis – de 58 para 134 – à condição de cedentes (vendedoras) das operações para fins de dedução do recolhimento. Instituições financeiras cujo Patrimônio de Referência Nível 1, na posição de dezembro de 2013, seja inferior a R$ 3,5 bilhões serão elegíveis, sem restrições.

A outra medida teve o objetivo de ampliar o número de bancos que poderão usar parte (até 20%) de seus recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos que sejam enquadráveis no Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Para isso, o BC reduziu de R$ 6 bilhões para R$ 3 bilhões o valor do Patrimônio de Referência Nível 1 das instituições.

Além disso, a autoridade monetária retirou medidas macroprudenciais, implementadas a partir de 2010, alterando critérios relativos ao requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo.

EMPRESAS
Brasília (AE) - O chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, informou que uma das medidas publicadas ontem pela autoridade monetária tem o objetivo de melhorar a oferta de crédito para pequenas e médias empresas. Antes, os bancos podiam conceder até R$ 600 mil para empresas desse grupo e ponderar 75%. A partir de agora esse limite passa para R$ 1,5 milhão, ponderando os mesmos 75%. “Isso melhora a oferta de crédito para esse grupo de empresas, que tinha mais dificuldade de acesso”, completou.
da TN

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