Combustível aumenta e custo será repassado em breve ao consumidor

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Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
A população já pode readequar o orçamento do mês. A Petrobras confirmou nesta quinta-feira (6) o aumento no preço de venda nas refinarias de combustível. O reajuste foi de 3% para a gasolina e 5% para o diesel. Os novos valores passaram a valer a partir das 0h de hoje, mas a mudança ainda não alcançou o consumidor final. Na manhã desta sexta-feira (7) em Natal, os preços dos combustíveis nos postos continuavam os mesmos.
O JORNAL DE HOJE visitou seis postos de combustíveis na capital potiguar, em diferentes bairros da cidade. Todos ainda permaneciam com o preço antigo do combustível, sendo uma média de R$ 3,06 para o litro da gasolina comum, R$ 3,16 para gasolina aditivada, R$ 2,79 para o Diesel e R$ 2,69 para o litro do etanol. Procurados pela reportagem, os respectivos gerentes desses postos não quiseram comentar de quanto será o percentual de reajuste.
A alta dos preços nas refinarias irá resultar, de fato, em aumento para os motoristas. No entanto, o percentual não é necessariamente o mesmo, uma vez que o valor do combustível nas bombas depende dos postos.  Em nota oficial divulgada ao mercado, a Petrobras ressaltou que “os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”.
Quem abasteceu o carro hoje de manhã tentou encher o tanque para garantir uma pequena economia nos próximos dias, até que o aumento real do combustível para o consumidor chegue às bombas. A estudante Alice Dantas, de 20 anos, disse estar começando a sentir agora os efeitos da política variável dos preços de combustível.
“Estou começando a dirigir agora, por isso ainda não sei mencionar o impacto que o preço do combustível dará ao meu orçamento. Mas, de um modo geral, posso dizer que está muito salgado”, comentou.  Para o empresário do ramo dos transportes James Cassiano, 49, a pior consequência da alta do preço dos combustíveis é o “não cumprimento do valor padrão”.
“O que mais me irrita é ver que não há tabelamento de preço entre os postos. Isso faz com que o valor do combustível seja variável na mesma cidade. Aqui em Natal, a gasolina na Zona Norte é sempre mais barata do que na Zona Sul, por exemplo. Por que isso? Por causa da condição social da população?”, questionou.
James contou que gasta uma média de R$ 130,00 a R$ 150,00 de diesel por dia em seu trabalho. No final do mês, isso significa um gasto de aproximadamente R$ 4.500,00 reais. “Esse é apenas o custo do combustível. Se for contar o que gasto com óleo, essa conta vai para mais de R$ 5 mil por mês. Quanto mais eu rodo, mais combustível eu preciso e mais troca de óleo é necessária”, comentou.
O advogado Daniel Rousseau, 35, disse não entender os constantes aumentos no preço dos combustíveis no Brasil. “O Governo adora lembrar que somos um país produtor de petróleo. O que justifica termos o combustível mais caro da America Latina? Não dá para entender”, afirmou. “Em minha opinião, a população só sairá ganhando se houver redução de impostos e uma política interna e externa de preço de venda dos combustíveis”, disse.
Gleydson da Silva, estudante, também aposta na redução de impostos. “Só quando realizamos a campanha de um dia sem impostos é que vemos o preço real do combustível. Já pensou se pagássemos apenas R$ 1,49 no litro da gasolina se o Governo adotasse a isenção dos impostos?”, comentou.
No início do mês de outubro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que o preço da gasolina subiria ainda neste ano. Na ocasião, ele afirmou que todo ano há aumento da gasolina, e acrescentou que em 2014 não seria diferente.
No ano passado, houve dois reajustes nos preços da gasolina. O primeiro aconteceu em janeiro, quando a Petrobras reajustou o diesel em 5,4% e a gasolina em 6,6%. O último reajuste aconteceu no fim de novembro de 2013 – quando os preços da gasolina e do diesel foram reajustados nas refinarias, sendo que a alta foi de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel.
Sindicato dos Postos prevê reflexo negativo do reajuste
Para o Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos-RN), a medida de reajuste do preço dos combustíveis na refinaria, adotada pelo Governo Federal, “trará um reflexo negativo imediato para dois importantes integrantes do negócio: o revendedor e o cliente”.
Em nota divulgada à imprensa, a entidade ressalta que apesar do reajuste anunciado ter sido nas refinarias, o segmento do comércio de combustível envolve quatro grupos: a refinaria, a distribuidora, o revendedor e o cliente. “O mercado é livre, a concorrência saudável e, portanto, esse preço final será definido individualmente por cada revendedor que, naturalmente, considerará os seus custos para a revenda do produto”.
“A revenda de combustível no Rio Grande do Norte é o segmento que mais arrecada tributos hoje e gera 30 mil empregos diretos e indiretos. A preocupação do Sindipostos com esse reajuste se deve ao fato de que ele poderá trazer consequências negativas para o segmento de grande expressão para o desenvolvimento econômico do Estado”, destaca a nota.

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