Alessandra Bernardo
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Responsável por aproximadamente 33% de todos os acidentes registrados no Estado, o trecho de 14 quilômetros da BR-101 entre o Viaduto de Ponta Negra e o acesso para Pium, em frente ao Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) de Parnamirim, deve passar por modificações importantes a partir de março próximo. Nesta segunda-feira (29), o ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos assinou a ordem de serviços para o início das obras, durante solenidade na sede da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-RN), em Lagoa Nova.
As obras contemplam a construção de seis viadutos em Neópolis, Nova Parnamirim, Emaús, Centro, Cohabinal e o entroncamento entre a BR-101 e a RN-316, também chamada Estrada para Pium; cinco passarelas para pedestres e a ampliação e recuperação das ruas marginais à rodovia federal. Os serviços são esperados e bastante reivindicados pela sociedade, pelos inúmeros transtornos diários causados no trânsito entre os dois pontos citados, entre Natal e Parnamirim.
Segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Roberto Cabral, o trecho é o mais perigoso e complicado de toda a malha rodoviária federal no Estado, por causa do intenso movimento de veículos e também pela imprudência e falta de atenção dos condutores. Ele acredita que, como a conclusão das obras, previstas para novembro de 2016, ocorra redução significativa do número de acidentes e atropelamentos registrados nos 14 quilômetros que serão beneficiados.
“Será, sem dúvida alguma, um grande ganho para os moradores de Natal e Parnamirim e também para quem chega à Capital pela BR-101 Sul, em termos de qualidade e segurança, já que vai eliminar os vários gargalos e desafogar o fluxo de veículos no trecho. Os viadutos serão construídos nos pontos mais críticos hoje e vamos ser altamente beneficiados ainda pela recuperação das vias marginais e o deslocamento das paradas de ônibus, que ainda permanecem no leito da rodovia, atrapalhando ainda mais o fluxo e provocando congestionamentos”, disse.
O inspetor Cabral falou também que, dos 1.193 acidentes registrados entre os dias 1º de janeiro e 26 de dezembro deste ano no trecho, a maioria foi colisão traseira e lateral e nos horários de pico, entre as 6h e as 8h30 da manhã e as 17h e as 19h30. “São causadas em decorrência do trânsito pesado, muitos cruzamentos e da imprudência dos próprios condutores, que dirigem sem atenção, sem respeitar a distância segura com o veículo da frente ou usando celulares, por exemplo”, explicou.
Antes de vir a Natal assinar a ordem de serviço, o ministro Paulo Sérgio Passos inaugurou os 78 quilômetros da BR-110, entre os municípios de Mossoró e Campo Grande, no Oeste Potiguar. A obra, que foi pensada desde meados da década de 1980, facilitará o fluxo rodoviário no local e facilitará o escoamento do sal produzido na Costa Branca, viabilizando ainda a irrigação em Upanema.
Custo da obra é de R$ 170 milhões com prazo de conclusão até novembro de 2016
Para quem trafega diariamente pela BR-101 entre Natal e Parnamirim, o início das obras é um sonho antigo que se torna realidade. O autônomo Inácio Araújo é uma dessas pessoas, principalmente quando se trata da construção dos viadutos e deslocamento das paradas de ônibus existentes no leito da rodovia, que para ele, são as principais causas para o congestionamento registrados todos os dias na via.
“Isso é um absurdo, em lugar nenhum mais se usa isso, mas aqui, parece que paramos no tempo e mesmo sabendo dos problemas, as autoridades não fazem nada para tentar minimizar os transtornos. Felizmente, essas obras vão sair do papel e melhorar o fluxo de veículos, mas é preciso ver também a questão da falta de retornos entre Natal e Parnamirim, que é crônico e faz com que tenhamos que rodar vários quilômetros quando perdemos ou passamos direto de um retorno”, afirmou.
Ele disse ainda que os viadutos previstos vão liberar o fluxo na BR, principalmente em Neópolis, Nova Parnamirim e o Centro. “No primeiro, são os ônibus parados e atrapalhando o trânsito. No segundo, os motoristas que fazem três, quatro filas para entrar no retorno da Maria Lacerda e o último, os constantes acidentes e atropelamentos em frente ao Parque Aristófanes Fernandes. Sem contar que, como não tem retorno dentro da cidade, temos que entrar no Centro de Parnamirim para conseguir chegar ao outro lado da BR”, disse.
O motorista Reinaldo Monte reclamou das marginais da rodovia, que não possuem asfalto ou são inexistentes em alguns trechos, como entre os bairros de Cidade Satélite e Emaús. “São horríveis, sem infraestrutura, abandonadas, sem sinalização. E quando existem. Graças a Deus que essas obras vão, finalmente, sair, porque nós que temos que passar por aqui todos os dias sofremos muito, principalmente nos horários de pico, quando a quantidade de veículos faz o trânsito praticamente parar em alguns momentos”, desabafou.
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