Nos últimos três anos muitos policiais militares foram vítimas de violência por parte do crime organizado no Brasil, que se estendeu por todos os Estados da Federação, causando preocupação nos comandos das corporações e medo nas famílias dos policiais.
Somente no Rio Grande do Norte, 30 policiais, entre militares e civis, foram assassinados na capital e no interior, mostrando a fragilidade na segurança das vítimas, que mesmo quando não estão de serviço são alvos de criminosos.
Diante da problemática, na última quarta-feira (25) policiais civis e militares em todo o país realizaram um ato de protesto em prol dos colegas mortos e em favor da própria segurança dos policiais e suas famílias.
Na ocasião, um ato simultâneo, nas capitais e em cidades do interior, paralisaram as milhares de guarnições policiais por um minuto e permaneceram com o giroflex e sirenes ligadas.
Conforme as entidades e associações organizadoras do protesto, no RN, levantamento de uma pesquisa, com base em 2012,aponta que no RN, nos últimos três anos, 30 policiais militares foram mortos.
A secretária de Segurança Pública, Kalina Leite, emitiu nota garantindo apoio ao ato dos policiais potiguares. "É uma forma de prestar uma homenagem às vítimas, profissionais da segurança pública, que morreram em defesa da sociedade, e de solidariedade aos amigos e familiares", destacou.
Em todo o RN, manifestações foram registradas exatamente às 15h, momento em que as sirenes e os giroflex das viaturas foram ligadas.
Medo
O policial militar, que preferiu não ser identificado, devido ter sofrido dois atentados, quando chegava em sua casa no bairro Nazaré, em Natal, após ter prestado serviço em vários municípios do Médio e Alto Oeste potiguar, conta que devido seu trabalho sério e austero, conseguiu uma lista muito grande de inimigos.
"Quando eu trabalhava em Pau dos Ferros atiraram na minha casa e perseguiram minha esposa com meus dois filhos pequenos, na saída de uma escola. Tive que mudar de cidade, pois também fui vítima de uma emboscada", explicou o militar.
Ele conta também que pediu transferência para Natal, devido ser uma cidade maior e passar mais segurança, porém não foi o suficiente para fugir dos inimigos, tendo sido vítima de tiros quando chegava a sua residência.
"Quando entrei na rua de casa percebi um carro me seguindo, eu estava de moto e acelerei para dar a volta no quarteirão, momento em que os suspeitos passaram e atiraram em minha direção, mas, felizmente, não me atingiram", destacou.
Para o militar, o jeito é dobrar a segurança ainda mais e tentar se livrar dos atentados. "Vou continuar trabalhando e não tenho medo de morrer, se for preciso entrar em confronto com os inimigos, estarei pronto", concluiu.
A Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol) informou que vários policiais civis também já foram vítimas de atentados e até mesmo mortos, mas este ano, devido uma política adotada em redobrar a segurança, tem evitado os atentados e as mortes.
Um policial é morto a cada 32 horas no Brasil, segundo pesquisa
Um policial é assassinado a cada 32 horas no Brasil, revela levantamento feito pela Folha de S.Paulo nas secretarias estaduais de Segurança Pública dos estados brasileiros.
Conforme a reportagem, os dados oficiais apontam que ao menos 229 policiais civis e militares foram mortos neste ano no país, sendo que a maioria deles, 183 (79%), estava de folga.
Entretanto, este número pode ser ainda maior, uma vez que Rio de Janeiro e Distrito Federal não discriminam as causas das mortes de policiais fora do horário de expediente. O Maranhão não enviou dados.
Para se ter uma ideia da violência contra policiais no Brasil, somente na última quarta-feira, segundo a Folha de S.Paulo, nove policiais foram baleados no Rio de Janeiro, tendo quatro deles morrido, em um espaço de 24 horas.
Fonte: O mossoroense
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